Rui Marote
Recordamos uma curiosa imagem que passou despercebida aos madeirenses e venezuelanos. Há quinze anos, a 19 de Outubro de 2001, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, visitou a Madeira uma única vez e dirigiu-se ao Jardim Municipal para colocar uma coroa de flores no monumento a Simon Bolívar.
No relvado junto à base da estátua, o hoje já falecido presidente chamou um jovem do grupo coral que entoou os hinos da Venezuela e da Madeira para uma partida de dados naquele local.
Este jovem da foto, hoje homem adulto, foi protagonista de um ‘fait-divers’ com o homem da boina vermelha, que sacou do bolso do casaco dois dados para jogar com o pequeno um dos divertimentos lúdicos mais antigos do mundo.
Chávez foi derrotado pelo miúdo dos pequenos cantores.
Durante a sua visita à Região Autónoma, as surpresas foram muitas: do seu casaco saíram outros objectos, um mini-livrinho da Constituição Venezuelana, e um crucifixo, que exibiu quando discursou no hemiciclo da Assembleia Regional. Era um autêntico casaco de ilusionista.
Faleceu a 6 de Março de 2013, com 58 anos de idade.
Alberto João Jardim referiu então que a virtude de Hugo Chávez foi “o seu amor indiscutível à pátria venezuelana, ter acabado com um regime de partidocracia corrupta que antes a Venezuela vivia, e ter tido a antevisão das consequências do liberalismo e do capitalismo selvagem para o mundo, como hoje estamos a assistir”. O defeito, acrescentou, foi “pensar que a alternativa para isto era o socialismo, quando o socialismo nunca foi alternativa para coisa nenhuma”.
Hoje a pátria de Simon Bolívar está a ferro e fogo, com o seu sucessor a “ouvir os passarinhos”…