Falar da cidade do Funchal implica que se aborde também a importância incontestável que o turismo tem para a Madeira e, consequentemente, a referência obrigatória aos seus hotéis.
Dos mais modestos aos luxuosos hotéis de cinco estrelas, a história do turismo madeirense passa inevitavelmente por estes empreendimentos Turísticos, de design diverso, que se integram na paisagem madeirense. É certo que, por vezes, as críticas ao excesso de betão por conta de alguns hotéis também se fazem e os receios de tornar a Madeira numa espécie de Canárias com edifícios hoteleiros inestéticos e massificados são também uma preocupação. Mas quem percebe de turismo assegura que a Madeira está bem longe desse cenário.
A sucessão de investimentos turísticos nesta cidade diz bem da pujança atual do setor. Apesar da crise, a hotelaria continua a registar boas taxas de ocupação e a cativar turistas, de portugueses a cidadãos da Europa de Leste, numa procura cada vez mais diversificada.
Noutros tempos, a restrita animação da cidade passava obrigatoriamente pelos hotéis. Espaços requintados, de bom gosto, boas bandas e boa clientela, estas unidades não só têm vindo a abraçar milhares e milhares de turistas como serviram de palco para inúmeras artistas da Madeira que se projetaram no mundo dos espetáculos a partir dos hotéis.
Depois, a oferta artística diversificou-se e, apesar de os hotéis constituírem também um bom palco para os artistas locais, a verdade é que também há outras ofertas de trabalho. Ainda assim, os hotéis apostam sempre numa programação de animação regular, normalmente dando eco às boas vozes e dançarinos da Madeira.

Reid’s Palace rebatizado de Belmond Hotel, Savoy, Casino Park Madeira, Cliff Bay, Madeira Palácio, Carlton, Four Views, Porto Mare, Jardins Quinta do Lago, Quinta Penha de França, Hotel Madeira, Florasol, entre outos, fazem parte da história hoteleira da cidade. Alguns têm mesmo sido premiados internacionalmente pela excelência do seu serviço e respeito pelo ambiente.
O dinamismo económico e comercial da cidade passa pela ocupação dos hotéis, injetando assim verbas no destino, empregando milhares e milhares de trabalhadores e projetando internacionalmente a imagem de uma ilha de excelência.

É certo que, no passado, o turista que ocupava um hotel de cinco estrelas tinha poder de compra e classe. Com a concorrência e os novos tempos, pode-se dizer que quem enche os hotéis está longe de ser um milionário, não sendo por acaso o cliché – exagerado, até – de que o turista madeirense passou a ser de “chinelo e supermercado”. Com clihés ou não, o que se quer é a hotelaria a gozar sempre de boa saúde e do desenvolvimento de uma cidade que bem precisa do turismo.
Não se pode falar neste momento de hotéis da cidade sem mencionar os casos – diferenciados, é certo – dos emblemáticos hotéis Madeira Palácio e Savoy com uma situação presente de indefinição na paisagem urbana e de quase abandono. O Madeira Palácio continua entregue à banca, com as paredes de betão à espera de conclusão da obra; quem passa na Avenida do Infante, não pode deixar de ver o desolador fosso que existe em vez do esplendoroso Hotel Savoy de outras eras. Uma reconstrução que se ficou pelas escavações e que, à falta de dinheiro e conflitos entre administradores e famílias, perdura no tempo na estaca zero. Má imagem para o turismo e para a cidade.