Rui Marote (texto e fotos)

Sexta-feira 13 foi feriado em Dhaka, no Bangladesh, Algum comércio encerrou e o movimento de veículos e transeuntes revelou-se mais calmo.Os estabelecimentos encerrados tinham as televisões ligadas e o povo assistia, do meio da rua, à transmissão directa de um jogo de cricket, em que a sua equipa contra os neozelandeses que jogavam em casa, alcançou uma vitória esmagadora.
Como o trânsito era menor, a criançada improvisava nos becos um jogo de cricket com um pau – ou melhor, um “canelo” como se chama na minha terra… e uma bola que muitas vezes foram lançada para os toldos que protegem os estabelecimentos do sol.
À noite, para meu espanto, a locutora da televisão nacional apresentou um visual diferente, envergando a camisola verde e vermelha do Bangladesh. Talvez para celebrar a vitória.
Os “tuk-tuk” em Dhaka apresentam um design diferente: têm o verdadeiro aspecto de um galinheiro. Têm portas e o condutor senta-se separado dos passageiros. Acontece que as portas e a divisão sao feitas de uma rede metálica aos quadrados que torna este veículo num autêntico transporte de galináceos… .Embora o motivo seja só a segurança.
O trânsito é caótico. Não há semáforos, mas se existissem ninguém os respeitava. Riquexós, “tuk-tuk”, autocarros, camiões, motas, bicicletas, charretes e cavalos circulam, não faltando os carregadores, que são como autênticas bestas de carga. Todos ocupam a rede viária, não respeitando regras de trânsito. Os policias limitam-se a orientar o trânsito nas rotundas com ajuda de um pau, com o qual vão batendo nas estruturas dos veículos, o que não constitui prejuízo, uma vez que não há carro nem autocarro sem uma amolgadela. As batidas sao constantes e ninguem reclama: as ruas são como pistas de carros eléctricos nas feiras
A poluição atinge níveis tais que não há aparelhos que as possam medir e se houvesse gripavam todos…
Os rios estão poluídos, os esgotos desaguam a céu aberto. Lixo….lixo….não há central no mundo para tratar tanto lixo.As ruas são esburacadas e muitas aguardam ainda o asfalto,
Já que estamos em eleições, se fosse na Madeira, os candidatos dos partidos aqui tinham uma agenda incalculável para inaugurações: nem os 40 anos de Alberto João chegavam…


