Helena Mota
As instituições europeias não cedem para já quanto à proibição da captura do peixe “gata”. Cláudia Aguiar, a eurodeputada madeirense que há cerca de duas semanas apresentou à Comissão Europeia e ao Conselho várias questões no sentido de manter o regime de exceção quanto à pesca desta espécie, já terá sido notificada quanto a esta posição.
Cláudia Aguiar alegou, na altura, o caráter acidental, o fraco impacto na sustentabilidade desta espécie de tubarão de profundidade e a importância que representa para a frágil economia piscatória de Câmara de Lobos, mas ao que parece as autoridades europeias não terão ficado convencidas. Mantém-se assim a proibição quanto à captura da também conhecida “xara” ou “bacalhau de Câmara de Lobos”, uma espécie que acabou por não ficar contemplada no documento aprovado pelo Conselho Europeu, a 15 de dezembro último, e que regulamenta, para 2015 e 2016, as possibilidades de pesca relativas a determinadas unidades populacionais de peixes de profundidade, como é o caso do peixe espada-preto.
Numa ronda pelo centro de Câmara de Lobos, esta sexta-feira, o Funchal Notícias captou a imagem típica da “gata” a secar ao sol. Apesar da proibição, sabe-se que ainda há pescado congelado, capturado no ano passado, e que tem vindo a suprir a procura de “gata” para o tradicional acepipe gastronómico da zona.
Soubemos ainda que a proibição na captura fez disparar o preço deste produto, o que está levantar insatisfação nos comerciantes da restauração.