As caminhadas ganham cada vez mais adeptos a partir do momento em que os médicos recomendam insistentemente este exercício como prevenção das doenças cardiovasculares, sendo pois uma forma salutar de praticar exercício físico, cuja mais valia é o contacto direto com a natureza. É a evasão total com a dita civilização.
Neste momento, uma caminhada pela Ponta de São Lourenço é familiarizar-se já com os dias primaveris que estão prestes a chegar: enche a alma, convida à reflexão e recarrega as energias para as batalhas stressantes do dia a dia.
São cerca de 9 quilómetros a pisar terra árida e seca, tendo por companhia o céu e o mar. A brisa que é típica da zona até favorece a marcha que termina na famosa Casa do Sardinha, designação em memória dos antigos proprietários e que serve de apoio aos vigilantes da natureza. Outros, mais audazes, desafiam ainda o frígido inverno e mergulham no cais do Sardinha.
A afluência diária de pessoas à Ponta de São Lourenço é comprovadamente grande. Diz quem conhece que, em média/ano, circulam ali diariamente cerca de uma centena de apaixonados pelos percursos pedestres. São turistas e madeirenses que continuam a dar vida a estas reservas naturais da nossa terra, cujos ilhéus da cevada e da Ponta de São Lourenço se revestem de encanto.
Uma vez chegados ao fim do percurso, a vista panorâmica compensa o esforço da marcha e enche o olhar e a alma, podendo ver-se na linha do horizonte as ilhas de Porto Santo e Desertas.
Alguns turistas interrogam-se sobre o facto de o Governo Regional ou a Câmara do concelho não procurar rentabilizar o acesso a este percurso. Os estrangeiros são os que mais se admiram: nas suas terras, tudo é pago e só ajuda à manutenção destas atrações turísticas. Na Madeira, onde as dificuldades económicas são evidentes, passeia-se à borla. Uma questão que deverá merecer a análise das autoridades competentes. Na verdade, se todos pagassem, por suposição, um modesto euro para ali caminhar, a soma final poderia ser uma valiosa ajuda ao investimento cultural.
Para já, a salientar neste percurso, a beleza paradisíaca e o silêncio profundo e envolvente que faz esquecer por momentos o turbilhão das cidades.