“Vai chegar o dia em que vamos viver todos de betão, alcatrão e turismo”, profetiza a Iniciativa Liberal, acerca do fim da quota do atum patudo.
“O dia 31 de Maio de 1997 foi estabelecido como o Dia do Pescador, profissão de enorme importância desde que o homem é homem. Nunca será demais afirmar que em Portugal, e nas suas Regiões Autónomas, o contributo dos pescadores, no desenvolvimento económico e social, foi decisivo ao longo dos séculos de história que levamos”, recordam os liberais, que dizem que o dia a dia dos nossos pescadores, armadores, familiares e vários sectores que dependem desta indústria e destes produtores, está em causa.
“Ironicamente, a 31 de Maio de 2023, foi anunciado o final da quota do Atum Patudo (Thunnus Obesus), ou seja, a partir das 00h00 do dia 01 de Junho, ontem, não é permitido continuar a pescar, fazendo com que dezenas de embarcações que deparem com manchas (cardumes) da referida espécie, sejam obrigados a abandonar os mesmos e regressar aos portos”, refere-se.
“As entidades governamentais responsáveis, dizem que nada há a fazer, pois são determinações europeias. Assobiam para o ar e apelam que se espere pelo Atum Voador (Thunnus Alalunga) e pelo Gaiado (Katsuwonus Pelamis) para ver se a época se salva. Estamos apoiados na “fezada”, ironiza a IL.
“Não querendo fomentar guerras entre arquipélagos, os Açores infelizmente não têm o mesmo nível de fiscalização que a RAM, e existem relatos de descargas que não na ilha de São Miguel, sem qualquer tipo de controle. Os pescadores querem apenas trabalhar, especificamente nesta época, esta espécie migratória que decidiu aparecer em massa neste ano de 2023, após uma pandemia e um ano de custos avultadíssimos em gasóleo, custos que quase triplicaram face a anos anteriores”, refere o comunicado da Iniciativa Liberal.
“Os armadores destas embarcações cobrem totalmente as despesas de manutenção, alimentação, combustíveis, etc., proporcionando aos seus tripulantes as melhores condições de trabalho possíveis, apenas na expectativa de poder trabalhar e conquistar o direito a obter lucros desses investimentos. Mas nos últimos anos só assistem a uma não defesa dos interesses da pesca regional, pois todos os anos temos corte nas quotas a pescar” aponta-se.
“A pesca do atum é uma incerteza constante, a espécie é migratória e a nossa arte de a apanhar é a de “salto e vara”, técnica que não provoca qualquer dano nos fundos marinhos, protegendo assim outras espécies como golfinhos, baleias e demais espécies. Estamos a falar de uma pesca sustentável, com exigências de tamanhos mínimos. Devia mesmo ser beneficiada, mas está cada vez mais a ser prejudicada por directrizes que são decididas longe, de maneira arbitrária e sem sentido”.