Espaço de saúde durante o dia é antro de vício mal cai a noite

O espaço é bastante apreciado pelos praticantes da ginástica calisténica, como se vê na foto. Mas quase só durante o dia.

É uma situação caricata: o ginásio público situado na marginal do Funchal, nas proximidades do teleférico, bastante frequentado durante o dia pelos praticantes dos exercícios calisténicos, transforma-se, mal cai a noite, num autêntico antro de toxicodependentes e álcoólatras. Uma situação lamentável para a qual concorre a fraca iluminação e a notória falta de policiamento da zona. Ali trafica-se e consome-se a céu aberto, logo a partir das 8, 9 horas da noite, senão mais cedo.

Enquanto durante o dia o espaço, apesar da degradação de alguns equipamentos, é bastante frequentado pela população que quer exercitar-se, logo que cai a noite, quem quer ali fazer exercício fá-lo quase na obscuridade, e por sua conta e risco, tanta é a movimentação de cidadãos bêbedos e consumidores de drogas, que por ali circulam, ainda por cima por vezes conspurcando o espaço.

Melhor ambiente, nas horas nocturnas, pode ser encontrado nos equipamentos instalados no ilhéu de Câmara de Lobos ou na promenade dos Reis Magos, só para dar dois exemplos.

Já quem corre na marginal do Funchal à noite e por ali pára para fazer umas elevações, uns abdominais ou outros exercícios, é confrontado com um péssimo ambiente.

Hoje em dia, a ginástica calisténica tem um enorme ressurgimento ao nível mundial, constituindo em si mesma um grande movimento com repercussão nas redes sociais. Nada custa ao comum dos cidadãos efectuar exercícios nos quais utiliza apenas o peso do corpo, alguns elásticos como auxiliares, ou mesmo sem qualquer equipamento.

As cidades, todavia, têm apostado neste tipo de ginásios públicos porque constituem espaços de convívio e de prática sã, e porque alguns equipamentos favorecem muito uma multiplicidade de exercícios e também, alguns deles, podem ajudar alguns cidadãos mais idosos a movimentarem-se.

No Funchal, aquele espaço, junto ao mar, é emblemático, encontra-se referenciado em circuitos internacionais da calistenia e, apesar de ter vindo a degradar-se, ainda constitui um pólo importante de prática saudável, atraindo inclusive cidadãos estrangeiros residentes na RAM ou que por aqui passam. Isto para não falar do valor de que se reveste para os locais.

Não se compreende, pois, a deficiente manutenção, falta de iluminação adequada, e apropriada vigilância naquela zona. Ainda por cima no Inverno, quando os dias são mais curtas, e aquela área rapidamente se torna sombria e mal frequentada.

O facto de já se terem verificado assaltos e inclusive esfaqueamentos naquela zona concorre para que muitos temam ir ali exercitar-se ao fim do dia.

Um caso à atenção das entidades competentes. Seria bom valorizar o que a cidade tem de positivo.