Direcção Regional de Saúde alerta para consumo excessivo de álcool

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A Direcção Regional de Saúde emitiu um extenso comunicado alertando para o consumo excessivo de álcool nesta época.

“O Natal e o Ano Novo constituem, na nossa Região, uma época festiva muito celebrada com os tradicionais convívios em família, entre amigos, nas empresas e nos mercados de Natal. São momentos que convidam a saborear iguarias típicas da quadra natalícia, acompanhadas dos habituais licores caseiros, vinhos, espumantes e outras bebidas espirituosas”, constata a DRS.

“O álcool é uma substância psicoactiva legal, que afecta o equilíbrio químico do cérebro e, por isso, os nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos. De fácil acesso, baixo custo, socialmente aceite e amplamente utilizado como fonte de prazer e para relaxar”, admite-se no comunicado.,

Porém, o consumo de álcool é uma das principais causas de doença e morte prematura, a nível mundial.

“Afecta o nosso comportamento, atitudes, reflexos e capacidade de julgamento e pode colocar-nos em situações que comprometem a nossa saúde física e psicológica. É um factor de risco importante de várias doenças, entre as quais, neoplasias, doenças cardíacas, cerebrovasculares, hepáticas, VIH/SIDA, tuberculose, ansiedade e depressão. Acrescem aos danos para a saúde, prejuízos sociais e económicos significativos para os indivíduos e para a sociedade em geral, nomeadamente o aumento dos níveis de criminalidade, violência doméstica, sinistralidade rodoviária, acidentes laborais, exclusão social, impacto negativo no emprego, na produtividade e nas relações familiares e sociais”, enumera a DRS.

“Não existe uma quantidade saudável, nem um consumo seguro de álcool. Qualquer quantidade de álcool consumido é prejudicial à saúde, mas o efeito nocivo aumenta com a quantidade de álcool ingerida.  Não existe uma idade ideal para começar a consumir bebidas alcoólicas, mas é certo é que, quanto mais tarde, melhor. Os jovens até aos 25 anos, estão expostos a um risco acrescido associado ao consumo de álcool, em particular, devido ao efeito nocivo sobre o desenvolvimento normal do cérebro e risco acrescido de acidentes e lesões”.

“O consumo de risco, nocivo ou a dependência do álcool (vulgarmente designada por alcoolismo) traduzem-se em riscos sérios para a saúde física e psicológica, a curto, médio e a longo prazo, e com inúmeras e graves consequências a nível familiar, laboral e social. Relembra-se que a recuperação deste tipo de dependência é possível e existem profissionais de saúde que se dedicam a apoiar este processo. [Informação sobre recursos disponíveis pode ser encontrada no Centro de Saúde da área de residência]”.

Nesta base, a Direcção Regional da Saúde (DRS) vem relembrar a importância de evitar o consumo excessivo do álcool e que há circunstâncias em que o consumo de álcool, mesmo em pequenas quantidades, não deve acontecer.

  • Crianças e jovens – O consumo de álcool tem um efeito nocivo sobre o desenvolvimento normal do cérebro dos jovens e aumenta o risco de acidentes e lesões e de outros comportamentos de risco.
  • Grávidas ou mulheres a amamentar – As mulheres grávidas, a planear engravidar, ou a amamentar, não devem beber álcool. Nenhum nível de álcool é seguro para os bebés.
  • Pessoas em situação de doença – Pessoas com doenças cardíacas e hepáticas e outras doenças crónicas devem ter em conta o aconselhamento médico no que respeita ao consumo de álcool. O álcool não é um medicamento, não cura nem trata nenhuma doença, pelo que não deve ser consumido como solução para um problema de saúde. O mesmo é aplicável para as situações de pessoas em situações de fragilidade e doença mental.
  • Pessoas com história de dependência alcoólica – A abstinência é indispensável e requer tratamento especializado. Uma excepção pode destruir todo um processo de recuperação. Pelo que é importante que todos contribuam para o sucesso da recuperação.
  • Se conduzir ou trabalhar com máquinas – Os efeitos do álcool no organismo levam à diminuição de aptidões essenciais para conduzir ou trabalhar em segurança, maior risco de acidentes rodoviários e laborais.
  • Se tomar medicamentos – Numerosos medicamentos actuam ao nível do sistema nervoso e quando combinados com álcool, podem ter efeitos graves. A discussão prévia com o médico pode ser importante para evitar riscos acrescidos.

Assim, a Direcção Regional de Saúde reforça a recomendação de que a celebração desta época festiva seja genuína, mas sem excessos que possam pôr em risco a segurança e o bem-estar de cada um e dos que o rodeiam. “Boas Festas!” conclui.