Mundial de futebol em cromos de caramelo

João Augusto
Fotos Rui Marote
Há cinquenta e seis anos era mesmo assim. A  coleção de cromos do Mundial de futebol era feita através dos cromos de caramelos. Cada cromo era envolto num caramelo, ao preço unitário de um centavo, comercializado nas muitas mercearias da época, como nos vendedores ambulantes pelo centro da cidade do Funchal (carros de venda de doces).
Uma forma de tornar a coleção mais atrativa, consistia no facto de que em cada caramelo, por vezes ser portador de uma senha que atribuía um brinde, designadamente bolas de borracha ou de plástico, apitos, caderneta para a coleção, entre outros. Uma vez a caderneta completa, o colecionador habilitava-se a uma bola de couro, o brinde máximo e o mais desejado por todos. 
A coleção de cromos do  Mundial do Catar 2022, encontra-se já à venda antes da realização da competição, com outra qualidade de imagem, sendo o custo de cada saqueta com quatro cromos de um Euro, sem caramelos nem brindes. Na conversão dos valores monetários atuais teríamos 2000 cromos há 56 anos, em vez dos atuais quatro. 
A coleção do Mundial de 1966, contava com 256 fotografias das 16 Seleções Nacionais participantes, posta à venda depois de concluída a competição. O Mundial de 1966 em Inglaterra, foi a primeira participação de Portugal nesta competição, terminando com um brilhante 3º lugar, 
Alguns dados sobre alguns dos jogadores da Seleção Nacional “Magriços”,  José Pereira, guarda redes (Belenenses), o mais velho com 35 anos de idade, Mário Coluna, capitão (Benfica), o mais internacional, ou seja 55 vezes, o mais jovem, António Simões (Benfica), 22 anos de idade e 35 vezes internacional, Peres (Sporting), o menos internacional  (3 vezes), Eusébio da Silva Ferreira, (Benfica), 24 anos de idade, contava com 33 chamadas à Seleção Nacional, sendo o melhor marcador do Mundial de 66. 
Numa análise pelas Seleções participantes, referência para Pelé, (Santos/Brasil), 26 anos de idade, contava com 60 jogos ao serviço da Seleção, tendo Portugal vencido por (3- 1), no Mundial de 66.
Na Seleção italiana jogava a médio, Trapattoni (A.C.Milão), com 27 anos de idade e 24 internacionalizações, mais tarde afirmou-se como grande treinador ao serviço dos mais diferentes clubes, incluindo o Benfica.
Outro destaque, neste Mundial de Inglaterra, o lendário guarda redes Yashin, (Dínamo de Moscovo), com 37 anos de idade, 65 vezes internacional.Nem por isso evitou  a derrota da sua Seleção frente a Portugal por (2-1), no apuramento do 3º lugar, com um golo da autoria do” Rei” Eusébio.