18 toneladas de bens de primeira necessidade seguem para apoio à Ucrânia

Dezoito toneladas de bens de primeira necessidade seguem hoje da Madeira rumo à Ucrânia, naquilo que pretende ser uma iniciativa humanitária. O director regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, esteve hoje nas instalações do Grupo Girão, por ocasião do fecho do contentor, que segue hoje para Lisboa e depois para a Ucrânia.

São, especifica-se, bens alimentares, artigos de higiene pessoal, roupas para adultos e crianças, artigos domésticos, carrinhos de bebés, andarilhos e até cadeira de rodas acomodados num contentor de 22 pés.

Esta é uma iniciativa do Grupo Girão, em parceria com a Direcção Regional das Comunidades e Cooperação Externa (DRCCE) e a Associação de Ucranianos de Portugal – Delegação da Madeira, que deu início a uma campanha solidária de angariação de bens de primeira necessidade, há duas semanas, contando com os donativos dos cerca de uma centena de colaboradores da empresa e da população da freguesia da Quinta Grande.

Rui Abreu elogiou a solidariedade do Grupo Girão e instou outras empresas a seguirem-lhe as pisadas.

“O Grupo Girão é um exemplo para outras empresas. Não só fez a recolha [dos donativos], como tratou de toda a logística, e assumiu o transporte para Lisboa”, disse o governante, anunciando que já teve contactos para colaborar com outras entidades privadas.

Nós apadrinhámos e acarinhámos esta iniciativa solidária do Grupo Girão e estamos disponíveis para fazê-lo com outras empresas (…). A Direcção Regional já foi contactada por outras entidades. Agora aguardamos a concretização dessas iniciativas”, revelou.

A CEO do Grupo Girão, Denise Nunes, sublinhou a importância da solidariedade em tempos de guerra e falou sobre a responsabilidade social da empresa.

“Tivemos a ideia de darmos o nosso contributo e de fazer chegar algum apoio madeirense a terras bem distantes como a Ucrânia, mas que estão perto do nosso coração, dos nossos valores e da nossa história europeia”, declarou.

“O contentor está prestes a sair [hoje à tarde, dia 30 de Março]. Vai em direção a Lisboa. A partir de Lisboa será encaminhado pela Associação Portuguesa de Ucranianos, que irá fazer distribuição pelos países onde há mais necessidade de acordo com o tipo de produtos”.

“Fica um sentimento de orgulho partilhado com as pessoas que contribuíram para esta acção solidária. Uma sensação de satisfação em adoptar estratégias que visam a nossa responsabilidade social enquanto empresa”, disse, concluindo: “Nunca é demais ser solidário”.

Um sentimento que, afirma-se, se estende a toda a comunidade madeirense e ao Governo Regional, que se mostra disponível para acolher os refugiados ucranianos que fogem da guerra e se queiram estabelecer na Região.

“O Governo está receptivo. Estamos a receber as pessoas que aqui queiram permanecer”, destacou Rui Abreu, referindo que a maioria dos refugiados que escolhe a Madeira para se estabelecer é porque possui redes de apoio de familiares que estão na Região há vários anos.

Ainda assim, “a maioria opta por ficar no continente [europeu] à espera que o conflito acabe para depois poder regressar mais facilmente ao seu país”.

Pavlo Banach, representante da Associação dos Ucranianos de Portugal – Delegação da Madeira, que está na Madeira há 17 anos, agradeceu os donativos. “Sentimos muito a ajuda, o apoio e o carinho do povo madeirense. Isso dá-nos força. Uma força que transmitimos aos nossos compatriotas que tanto precisam, tendo em conta as dificuldades que estão a passar.”

O representante desta Associação lembrou que, neste momento existem 10 milhões de deslocados na Ucrânia, o mesmo número de pessoas que constituem toda a população de Portugal, sendo que cerca de 4 milhões saíram do país. Pavlo Banach falou numa situação de extrema necessidade por parte de toda população, referindo, portanto, que “toda a ajuda é bem-vinda.”