A CDU concorre às Legislativas Nacionais de 30 de janeiro com uma lista de efetivos encabeçada por Herlanda Maria Gouveia Amado, seguida de Teresa Adelaide Mesquita Ferreira, Marco António Marques Fernandes, Duarte César Vieira Martins, Lídia Maria Aveiro Andrade Luís e António Alberto Pontes Gouveia.
FUNCHAL NOTÍCIAS: Com que objectivo a CDU concorre pelo círculo da Madeira?
HERLANDA AMADO: Os objectivos da CDU são claros, garantir que as conquistas alcançadas até agora e que beneficiam milhares de Madeirenses e Portossantensses, possam ter continuidade na Assembleia da República. Temos tido mensagens muito claras de alguns partidos, que apelam a maiorias absolutas de forma prepotente, já indiciando que se estiverem sozinhos poderão fazer o que quiserem. Será conveniente lembrar que algumas das conquistas consagradas no Orçamento de Estado, que entram agora em vigor, como o aumento do Salário Mínimo Nacional ou mesmo das pensões e reformas, só serão sentidas nas carteiras de muitos de nós, por intervenção decisiva da CDU, porque se o PS tivesse margem de manobra e sozinho estivesse, muitas destas medidas não existiram. Por isso, para que as conquistas alcançadas até agora tenham continuidade, é necessário reforçar a CDU, quer no número de votos e de eleitos.
FN: Quais são as cinco principais medidas que merecem ser defendidas na Assembleia da República?
HA: Existem muitas medidas que necessitam de uma urgente intervenção na Assembleia da República, que possa salvaguardar os direitos e os interesses da população da Região. Todas as questões relacionadas com o aumento geral dos salários e o aumento do salário mínimo nacional, as questões da mobilidade marítima que assegure mercadorias a preços iguais para todos os portugueses, e não seja o consumidor da Região a assumir encargos com a despesa deste transporte. A mobilidade aérea, com a urgente regulamentação da lei do subsídio de mobilidade, que até agora tem sido adiado e agora foi suspensa de forma incompreensível e inaceitável pelo PS, com a conivência dos deputados eleitos pela Madeira É importante que esta seja uma prioridade, pelos impactos directos que tem sobre a vida de quem aqui vive, para além dos impactos económicos. A precariedade laboral é um outro problema que merece particular atenção, e por exemplo a integração nos quadros da RTP-Madeira dos precários existentes na empresa, é uma reivindicação pela justeza e urgência da medida, sendo certo que foram integrados 8 trabalhadores recentemente, a verdade é que ainda existem algumas dezenas de trabalhadores que aguardam a integração.
FN: Quem são os seis candidatos efectivos da CDU?
HA: Os 11 candidatos que fazem parte da lista da CDU, são mulheres e homens reconhecidos nas empresas e locais de trabalho, como defensores dos direitos dos trabalhadores, defensores dos direitos dos jovens a ter um futuro com direitos na sua Região, defensores dos direitos das populações, em defesa do ambiente, reconhecidos pela sua intervenção em defesa dos direitos de quem vive nesta Região Insular. Para além da intervenção mais pública, potenciada pelo facto de ser eleita na Assembleia Municipal do Funchal, onde são reconhecidas as nossas intervenções e propostas em defesa das populações do concelho, temos muito orgulho e valorizamos a nossa lista pelo seu todo, por toda a jovialidade, combatividade, seriedade e compromisso em defesa dos direitos dos trabalhadores do povo desta Região.
FN: Quanto vai gastar a CDU-Madeira nesta campanha?
HA: Os encargos com uma campanha eleitoral, com a particularidade desta decorrer num estado de pandemia, obrigará a uma gestão de recursos, como sempre temos feito, que nos permita chegar ao maior numero de pessoas, apresentando as nossas propostas e esclarecendo para a importância de votar e reforçar a CDU. Os meios de propaganda usados serão os necessários para que as populações conheçam em quem verdadeiramente irão votar a 30 de janeiro, esclarecer que os candidatos a eleger pela Madeira são os indicados como cabeça de lista e não os líderes nacionais ou regionais, que vão surgindo um pouco por todo o lado, tentando criar uma ilusão junto da população, de que estarão a votar nos líderes e não nos “ilustres desconhecidos” de muita gente que vão surgindo em alguns cartazes. As pessoas têm que ter consciência da importância de votar e acima de tudo, que todo e qualquer voto, só irá cair na urna a 30 de janeiro, não existem vencedores antecipados, quando a corrida ainda nem começou.
FN: Para ser eleito são precisos entre 14 a 15 mil votos. Com 16 forças políticas a concorrer que hipóteses tem a CDU?
HA: A pertinência da questão coloca-se mas já induz em erro o leitor, fazendo crer que estes são números exactos e os necessários para eleger um deputado à Assembleia da República. O número de votos necessário para eleger, tem em conta vários factores, bastará para isso uma análise atenta aos resultados de anos anteriores para as eleições para a Assembleia da República. Mas assumir-se que à partida não existe hipótese de eleição, é para além de precoce é uma tentativa de adivinhação, que não fazemos, mas coloca uma questão mais profunda. De que os eleitores da Região não têm capacidade e discernimento de saber quem querem que os represente na Assembleia da República. Ao contrário do futebol, não existe uma 1ª e 2ª divisão, no dia 30 de janeiro todos saem da mesma linha de partida, e só no final da noite de 30 de janeiro saberemos quem são os representantes dos Madeirenses e Portossantenses na Assembleia da República. Ninguém é dono do voto das pessoas, ninguém pode partir do princípio de que os partidos que agora estão representados no Parlamento, serão exactamente os mesmos. O período que se avizinha será de muito esclarecimento, porque vamos eleger deputados e não um Primeiro-Ministro, como alguns querem fazer crer, e será de muita conversa garantindo sempre todos os cuidados necessários nesta fase.
A CDU tem todas as condições para eleger um deputado à Assembleia da República, assim queiram as pessoas. Esta decisão está nas mãos das pessoas e não dos comentaristas ou fazedores de opinião. O povo é soberano, e se o povo quiser ter um representante da CDU eleito pela Madeira na Assembleia da República, então assim será. O povo é que decide e o voto é uma arma indispensável para alterar o rumo da vida de todos e cada um de nós, e as pessoas certamente saberão usá-la em defesa dos seus interesses e melhoria das condições da sua vida.