Rui Marote
Herdámos da Madeira Velha meia dúzia de infraestruturas, um Pavilhão inaugurado dois anos antes da Revolução, dois ginásios, do Liceu e da então Escola Comercial e Industrial do Funchal, a Piscina do Lido e o ginásio particular Carlos Gonçalves.
Tudo estava limitado: os ginásios serviam os estabelecimentos de ensino. Na piscina do Lido, os treinos só podia ocorrer depois do encerramento ao público. As provas aos sábados, depois das 17 horas, muitas vezes eram adiadas em virtude de o mar por vezes galgar a piscina.
Basquetebol e voleibol eram no batalhão 19 à noite, hoje parque de estacionamento da Reitoria da Universidade.
O saudoso prof. Fernando Ferreira, aquando da formação da Direcção Regional de Desportos, viu-se a braços com a herança deixada: queria fazer “omeletes” e não tinha “ovos”.
Chegou-se a praticar basquetebol na praça do peixe do Mercado dos Lavradores, depois de lavada ao início da noite.
Começaram entretanto a nascer as piscinas do Liceu, Levada, Clube Naval e finalmente o complexo das Piscinas da Penteada. Os pavilhões de São João, do CAB e a construção de novas escolas em concelhos por toda a Ilha, tendo anexados ginásios e pavilhões. Uma revolução. A Madeira foi representada em 1992 nos Jogos Olímpicos de Barcelona, nas modalidades de hipismo, luta greco romana, badminton, judo,
Foi um Ano de Ouro do Desporto Madeirense.
Toda esta história para dizer-vos que as vestes não fazem o monge.
O mar continua a ser o nosso maior estádio com manutenção a custo zero.
Cada vez mais a população ikdosa escolhe exercício físico e desenvolve actividades ao ar livre. Não foi necessário aparecer a pandemia para tal. Os centros comunitários incentivam-no.
Hoje cáptamos algumas imagens do centro comunitário regional em exercicio físico no pontão da Marina. Nas pedras que servem de protecção ao paredão, um idoso aproveita os banhos de sol, parecendo querer abraçar a beleza do anfiteatro funchalense, recebendo a vitamina “D” gratuita que Deus nos oferece e que ajuda a combater o vírus…
