PCP quer audição parlamentar à EEM por causa dos “apagões”

O deputado do PCP na Assembleia Legislativa da Madeira decidiu requerer a realização de uma audição parlamentar “sobre os actos de Governo relativos ao mau funcionamento e actividade da EEM – Empresa de Electricidade da Madeira, SA, designadamente, sobre as razões explicativas para o recente “duplo apagão” e sobre as medidas necessárias para prevenir outras situações de risco nesta Região”.

Os comunistas ficaram insatisfeitos com os dois “apagões gerais” que ocorreram na Madeira, na sequência do recente temporal. O primeiro apagão, recordam, ocorreu na noite de sábado, 27 de Março, por volta das 20h30, e o segundo na manhã de domingo, 28 de Março, por volta das 7h da manhã. A Empresa de Electricidade da Madeira conseguiu repor, nos dois casos, o fornecimento de energia eléctrica passadas cerca de duas horas depois dos apagões. A intensidade da tempestade terá desactivado o sistema na Central Eléctrica da Vitória, localizada no concelho do Funchal, o que terá provocado cada um dos “apagões gerais”.

Quanto ao primeiro “apagão”, através de informação oficial, disse o Governo Regional da Madeira: «Na sequência de uma descarga eléctrica sobre a linha de transporte de 60 KV, entre a Calheta [zona oeste da ilha] e o Funchal, que provocou diversos danos, o sistema na Central Térmica da Vitória foi abaixo”. Referiu ainda que os técnicos da Empresa de Eletricidade da Madeira estavam a “tentar reparar os danos e a arrancar todo o sistema”.

Já quanto ao segundo “apagão geral”, em comunicado, o Governo Regional explicou o porquê de um novo corte de energia. Numa Nota Oficial anunciou que «infelizmente e fruto das diversas e intensas descargas eléctricas que se voltaram a registar, verificou-se mais um problema na linha Vitória-Palheiro Ferreiro que provocou danos adicionais nas centrais a nível de serviços auxiliares fundamentais para arrancar os grupos que têm condicionado o fornecimento da eletricidade em toda a ilha da Madeira».

Os comunistas aponta que, nos últimos anos, na Região Autónoma da Madeira, ocorreram diversos “apagões”, com falhas na produção e consequente fornecimento de energia eléctrica à ilha da Madeira, destacando-se pela dimensão e impacto mais negativo a falha ocorrida na noite de 03/08/2011, que causou grandes inconvenientes à população. A administração da EEM alegou, então, que a ocorrência se ficara a dever a uma avaria numa tampa de um dos refrigeradores na “Vitória I”, o que pôs fora de funcionamento dois motores, a que se seguiu a paragem, por parte dos técnicos, dos restantes, facto que causou a sobrecarga da “Vitória II”, alegadamente, fazendo entrar em colapso todo o sistema, com a consequente paragem de todos os motores.

Já, entretanto, outos “apagões gerais” ocorreram nesta Região, causando significativos prejuízos para o superior interesse público, gerando constrangimentos graves para a vida das populações, para serviços públicos, para a normalidade da vida económica e social. Por isso, o PCP quer saber ao pormenor as razões dos sucessivos “apagões” e inquirir por que razão os novos investimentos realizados pela Empresa de Electricidade da Madeira e os novos empreendimentos, aos quais se apontaram vantagens, maior segurança, mais capacidade e eficiência na produção de energia, estão ciclicamente a falhar.