Rui Marote
Estepilha… os “fusíveis” de muita boa gente estão a ser queimados! A pandemia altera comportamentos, mas ficámos estupefactos com um autêntico “show” de cerimónia esta manhã na Avenida do Mar, uma saudação aos mortos da Grande Guerra, na qual foram “mais “Papistas que o Papa” nas precauções contra a Covid-19.
Tudo foi inédito na singela homenagem: não faltou medição da temperatura, álcool gel e mesmo locais marcados na calçada portuguesa para a assistência. Não houve forças em parada, somente o soar do toque do clarim fez as honrarias.
Entre os convidados restritos estavam o Representante da República, Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Comandante Operacional da Madeira, Comandante da ZMM, e representantes do Governo Regional Câmara Municipal, Liga dos Combatentes e Legião Inglesa.
Toda esta cerimónia teve o aval do IASaúde para um determinado número de pessoas. A colocação de flores seria exactamente igual ao que fazia passado, isto é: cada entidade utiliza um ou outro elemento do seu gabinete para transportar e colocar as flores na base do monumento, afastando-se logo em seguida.
Ora, “o sargento baralhou” diz a canção do nosso saudoso Max. Cada um colocou à sua maneira que quis. E ridículo mesmo foi a ordem, dada pela Liga, de no final da cerimónia cada um levar as suas flores de volta, ao invés de as deixar no local, em sinal de respeito. Tudo por medo de que, algures nas flores, estivesse escondido o coronavírus!
Assi sendo, o representante da República recolheu o seu bouquet, pouco tempo depois de lá o ter colocado. Houve, porém, que optasse por lá deixar as flores. Mais tarde, um elemento da Liga dos Combatentes levou o ramo do Governo Regional consigo! Já agora um reparo”: as flores do GR eram um autêntico ramo de noiva”, nada adequado a este cerimonial fúnebre
No final, dos ramos lá colocados, uma hora depois da cerimónia restavam somente dois.
Mas não ficamos por aqui: coube ao tenente-coronel da Liga, fazer de faxina no final da cerimónia, levantando os nomes afixados no chão do passeio…
Quase fez lembrar uma figura madeirense que nos finais das cerimónias fúnebres retirava das campas as flores que passado uma hora depois estavam a ser vendidas à porta do Mercado dos Lavradores.