Várias pessoas já nos deram conta de ter recebido, como o próprio jornalista autor deste artigo, máscaras enviadas pelo Governo Regional através dos CTT que não correspondem bem ao folheto que as acompanha. São descritas, no dito folheto, como “máscaras de protecção reutilizáveis em 100% algodão, com TNT [um tecido protector] no interior. Para reutilizar, retirar o TNT do interior e lavar a 60 graus. Voltar a colocar um novo TNT”. Porém, as máscaras que múltiplas pessoas têm recebido são brancas, totalmente cosidas e não têm como colocar no seu interior qualquer TNT, que aliás não as acompanha. O FN procurou perceber junto do próprio secretário com a tutela da Saúde, numa pergunta colocada na conferência de imprensa de hoje, se a situação que descrevemos reduz a eficácia da máscara, se não a reduz, e porque ocorreu.
Pedro Ramos respondeu dizendo: “Há sempre situações que nos podem surpreender. Naturalmente, se em 250 mil máscaras alguma tiver de facto alguma situação em que não esteja totalmente completa, temos que aceitar isso e enviar uma segunda máscara com todas as características”. Alegando que “esta é uma situação que pode acontecer”, Pedro Ramos não explicou como as pessoas poderiam então receber a máscara dita “completa”.
Todas as máscaras comunitárias, declarou, conferem um grau de protecção inferior às máscaras cirúrgicas, às máscaras de nível 2, ou de nível 1, como não podia deixar de ser, e não vêm nunca substituir a lavagem das mãos, a etiqueta respiratória e o distanciamento social. “Nem todas as máscaras que estão a ser confeccionadas e que podem ser adquiridas (…) nem todas provavelmente têm o TNT. Muitas delas têm mais do que uma camada de tecido… é importante que seja de algodão, mas também podem ser de algodão e de poliéster. Mas era melhor se fossem só de algodão, por causa do grau de alergia”. Mas o mais importante na máscara comunitária, é que exista e seja utilizada nos lugares públicos como farmácias, supermercados, bancos, etc.