Cafôfo considera que acolhimento de lusodescendentes na RAM deve ser prioridade social

A instabilidade política e as alterações de contextos sociais e económicos em destinos de emigração tradicionais da Madeira, como a Venezuela e o Reino Unido, estão a gerar novos fluxos migratórios de madeirenses e de lusodescendentes de regresso à Região. Dar uma resposta adequada e promover a inclusão num momento de maior fragilidade para estas pessoas deve ser a prioridade do Governo Regional, defende Paulo Cafôfo. O candidato aponta críticas ao aproveitamento político que o Governo PSD tem feito, nomeadamente com a situação vivida na Venezuela, refere um comunicado de imprensa.

“Não é admissível que se procure tirar partido das dificuldades sentidas pela comunidade madeirense na Venezuela e que se promova desinformação e um clima de medo e ameaça junto dos lusodescendentes, misturando e adulterando informação que nada tem a ver com o que se passa na nossa Região. A Madeira estará sempre de braços abertos para receber os seus conterrâneos e as suas famílias em clima de paz, segurança e serenidade”, afirmou Paulo Cafôfo, que dedicou a manhã deste sábado a contactos com a população na freguesia de Santa Maria Maior, no Funchal.

O candidato do PS a Presidente do Governo Regional defende que as comunidades madeirenses sejam respeitadas e que o regresso à Madeira seja uma oportunidade positiva para todos, nomeadamente na geração de negócios e de postos de trabalho, assim como um contributo para o rejuvenescimento demográfica da população da Região, prossegue a nota de imprensa.

“As comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo têm sabido levar o melhor da nossa Região, os nossos produtos, a nossa cultura e, acima de tudo, a perseverança e o espírito empreendedor. O que queremos é que os nossos conterrâneos se sintam motivados para iniciar um novo capítulo na sua vida aqui na Madeira, que sejam capazes de transformar um período menos favorável da sua vida num novo ciclo positivo, contribuindo para que tenham uma Região mais forte e mais inclusiva”, disse Cafôfo.

O Programa do PS propõe um conjunto de medidas para as comunidades madeirenses, que aliam as componentes económica e social. Destaque para a implementação de uma linha de apoio ao empreendedorismo e de microcrédito para financiamento de novos negócios criados pelos portugueses regressados e lusodescendentes que se instalem na Região; uma integração mais ágil no mercado de trabalho através de um regime de equivalências profissionais e escolares mais eficiente e célere, bem como o fornecimento de um programa de formação cultural, histórico, social e económico, com estágios profissionais, lembra o partido.

Outra medida defendida por Cafôfo é a criação de um Balcão da Nacionalidade, já existente em várias localidades do território continental e nos Açores, mas inexistente na Madeira. A criação de um gabinete de apoio para múltiplos serviços (aconselhamento, tradução, acompanhamento dos processos) é outra das acções preconizadas.

Ao nível da formação e qualificação, o PS propõe promove cursos tecnológicos e profissionais gratuitos em áreas com carência de recursos humanos para lusodescendentes com a condição de trabalharem na respectiva área de estudo na Região.

Para além destas medidas, o Programa liderado por Paulo Cafôfo promete dar um foco especial às Comunidades Madeirenses num novo organismo governamental, inédito em 43 anos de democracia na Região, dedicado à cidadania e à igualdade. Este organismo terá também a incumbência de implementar uma política concertada com diversas áreas, nomeadamente os assuntos sociais, a educação, a cultura, a economia e a saúde, e de acompanhar o movimento migratório, nomeadamente os problemas de inserção, quer nas comunidades de destino, de quem sai, quer no nosso território relativamente a quem chega.