
O madeirense Bernardo Trindade, vogal do conselho de administração da TAP, deu relevo à anunciada nova ligação da companhia entre Porto e Funchal, a meio do dia, no plano de voos para 2020 anunciado esta semana. Foi na sua página pessoal do Facebook, onde não conseguiu “escapar” a abordagens sensíveis sobre os preços da transportadora aérea relativamente à linha da Madeira, sobretudo os que excedem, e são muitos, os 400 euros em períodos mais altos, como sejam por exemplo a Páscoa, grande parte do período de verão e Natal, estas acima de tudo, chegando mesmo a valores que ultrapassam os 500 ou mesmo 600 euros em determinadas situações.
Sobre a nova ligação do Porto ao Funchal, o aspeto positivo que mereceu o post de Bernardo Trindade, este responsável releva o facto da novidade, a que o FN já fez referência, ser assegurada pelo novo A321neo Long Range, lembrando que “é o mesmo avião que faz Telavive, Moscovo, Nova Iorque ou nordeste do Brasil”.
Questionado sobre a durabilidade desta ligação agora anunciada pela TAP para 2020, o vogal do conselho de administração, antigo secretário de Estado do Turismo e ligado presentemente ao grupo hoteleiro Porto Bay, respondeu com a necessidade de primeiro “reforçar a rota, reivindicação antiga da Madeira. Depois far-se-á a avaliação como se faz para todas as rotas. Porto perde neste plano Barcelona e Lyon. Rentabilidade perdida fruto de muita concorrência. Ganha neste plano o Funchal, ganha uma ponte aérea com Madrid e uma rota diária para Nova Iorque”.
Quanto aos preços na linha da Madeira, praticados pela TAP, em confrontação com voos intercontinentais, mais baratos, uma das questões colocadas nesta publicação do Facebook, sendo essa abordagem inevitável no contexto de todas as situações que têm vindo a preocupar os madeirenses e a levantar questões relacionadas com o modelo de mobilidade, mas também com os custos de uma viagem por parte dos turistas provenientes dos mercados nacional e internacional, Bernardo Trindade considera que “os preços são determinados em termos médios. Se acontece excepcionalmente, e acontece, resulta do facto de num caso o avião estar cheio e noutro estar vazio. É por isso que anualmente se afere a rentabilidade de todas as rotas e fazem-se opções. Espero, como madeirense, que esta opção da 3 frequência diária do Porto para o Funchal se mantenha por muitos e bons anos, é sinal da sua boa viabilidade”.
Fala na sua experiência pessoal para explicar a eventualidade desta situação ser contornada em “picos” de utilização, usa o “ferry” no verão e regressa a 31 de dezembro, o que representa, tão só, uma opção muito pessoal, que não se aplica a grande parte do turismo ou mesmo dos madeirenses, nem representa o padrão de utilização do meio aéreo resultante do cartaz turístico da Madeira, a passagem do final de ano e o fogo de artifício.
Uma outra questão que ficou com um “percebo bem” foi a de Mário Silva, conhecida figura do Porto Santo, com ligações ao PSD e à comunicação social, que gostaria de ver a reposição de dois voos Lisboa/Porto Santo/Lisboa no período de inverno “pois com um só voo e ao sábado é impossível cativar alguém para vir à ilha. E até para os residentes que nem de fim de semana podem sair da ilha”.