Maximiano Martins protagonizou em 2011 uma fórmula que o PS-M volta a repetir com Cafôfo em 2019: “Não tenho intenção (nem paciência…) de voltar à política activa”

Fotos Rui Marote.

Nasceu a 30 de outubro de 1949. Licenciou-se em Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) agora denominado “Lisbon School of Economics and Management”.

Foi gestor do Programa Específico de Desenvolvimento da Indústria Portuguesa (PEDIP II) entre 1986-2002 e gestor do POE/Programa Operacional da Economia (2000-2002). Foi presidente do CITMA-Centro de Ciência e Tecnologia da Madeira.

Cumpriu dois mandatos na Assembleia da República (de 17 março de 2002 a 9 de março de 2005 e 10 de março de 2005 a 27 de setembro de 2009).

Em São Bento abordou assuntos tão díspares como o tempo de serviço das educadoras de infância; a revisão Constitucional; a interrupção voluntária da gravidez; grandes opções do plano; Alqueva; PME; certificados de aforro; posto de polícia na freguesia da Camacha; liberalização do transporte aéreo entre a Madeira e o continente; benefícios fiscais para as IPSS e Lei de Finanças das Regiões Autónomas.

Também abordou, já na altura, a premência de um novo Hospital para a Madeira; o subsídio de insularidade para os funcionários do Estado que prestam serviços nas ilhas; e até o polémico requerimento do Grupo Parlamentar do PSD/Madeira, aprovado pela maioria na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, solicitando a avaliação das “faculdades mentais” do Deputado socialista João Carlos Gouveia.

Foi membro da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE), um dos cargos que melhor gostou de desempenhar.

Foi ainda membro da Assembleia Municipal do Funchal.

Maximiano Alberto Rodrigues Martins foi o cabeça-de-lista do PS-M nas eleições legislativas regionais de outubro de 2011, em vez do então líder regional do partido, Jacinto Serrão. Ou seja, numa solução semelhante à adoptada pelos actuais dirigentes do PS-M cujo líder é Emanuel Câmara mas cujo candidato a presidente do Governo Regional é Paulo Cafôfo.

Em entrevista ao Funchal Notícias, na senda das que o nosso órgão de comunicação social está a fazer aos cabeças de lista a Eleições Regionais desde a década de 70, Maximiano Martins foi cauteloso nas respostas. Ele que, em 2011, protagonizou uma fórmula que o PS-M volta a repetir com Cafôfo em 2019: Um cabeça de lista/candidato a presidente do Governo Regional que não o presidente regional do partido.

Em 2011, confidencia, houve debate interno no PS-M do qual resultou a escolha do seu nome. Quem vai ganhar as Regionais em 2019? “Prognósticos só no fim do jogo!”, responde.

Retirado da vida pública/política, prefere, agora, dedicar-se à “guest houve” de raiz familiar que gere.

FUNCHAL NOTÍCIAS: Como classifica a sua passagem pela Assembleia Regional depois de ter sido cabeça de lista pelo PS-M numa fórmula que volta a ser adoptada em 2019?

MAXIMIANO MARTINS: Foi uma experiência interessante porque foi verdadeiramente a primeira vez que ‘mergulhei’ na política regional depois de ter passado pela AR e pela APCE. Fiquei a conhecer melhor os mecanismos da política regional e os seus actores.

FN: Está desiludido com o partido ou simplesmente resguardado?

MM: Tudo tem o seu tempo… é uma velha máxima. Agora é o tempo de assistir de sofá e de fazer outras coisas.

FN: Fala regularmente com Jacinto Serrão?

MM: Não. Temos vidas profissionais e círculos de amizade distintos.

FN: E com os atuais dirigentes do PS-M?

MM: Também não. Falo, porém, algumas vezes com aqueles que foram, comigo, vice-presidentes da direcção anterior – o Thomas Dillinger e a Sofia Canha.

FN: O que faz hoje Maximiano Martins?

MM: Ainda tenho presença nalguns cargos (poucos) empresariais e de gestão de fundos. Mas são residuais. Sou, hoje, mais um economista que observa e analisa.
Como actividade principal nos negócios dedico-me à gestão de uma unidade familiar de agro-turismo.

FN: Ainda tem ambição política ou foi uma experiência irrepetível?

MM: Não tenho intenção (nem paciência…) de voltar à política activa.

FN: Nas Regionais de 2011, o PS-M obteve 11,5%, ficando atrás do CDS. Foi o resultado possível, à altura, ou face ao escândalo do “buraco financeiro” da RAM, exigia-se mais?

MM: Foi, sem dúvida, decepcionante o resultado. Não esperava ganhar mas julgava possível trazer o PS-M para outros patamares. Mas, ao contrário do que pensava, o eleitorado madeirense ainda não tinha a percepção dos erros das políticas governativas e dos péssimos resultados que daí adviriam com o acumular da dívida. O eleitorado não estava ainda ‘nessa onda’ como o demonstrou com os resultados das regionais seguintes que foram ainda piores para o PS-M.

FN: Recorda-se de algum episódio que o marcou na campanha eleitoral para as Regionais de 2011?

MM: Não retenho nada em particular que seja relevante.

FN: O parlamento a que pertenceu foi o mais plural de sempre. Alberto João Jardim, Rui Almeida, José Manuel Rodrigues, Roberto Almada, Edgar Silva, Hélder Spínola, José Manuel Coelho, João Isidoro foram parlamentares da sua Legislatura. Continua, hoje, a trocar argumentos políticos com eles?

MM: Não.

FN: Quem acha que vai ganhar as eleições Regionais em 2019?

MM: Não faço profecias. Se fosse analista diria que todos os resultados são possíveis. Claro parece ser a perda da maioria absoluta histórica do PSD-M. Resultados equilibrados entre PSD-M e PS-M também me parecem prováveis. Agora… quem governa e com que coligações não sou capaz de responder. Ou melhor, respondo: prognósticos só no fim do jogo!