O candidato da CDU ao Parlamento Europeu, Ricardo Lume realizou uma acção de contacto com trabalhadores e população em geral para abordar a necessidade de valorizar os salários e as remunerações, que considerou condição determinante para garantir uma mais justa distribuição da riqueza produzida. “Ao longo das últimas décadas a distribuição da riqueza produzida foi sempre favorecendo o capital em detrimento do factor trabalho”, sentenciou o candidato comunista.
“Vivemos numa região onde 40% dos trabalhadores vivem no limiar da pobreza, ou seja, mesmo trabalhando oito ou mais horas por dia o salário que levam para casa é insuficiente para fazer face às necessidades mais básicas”, criticou.
“Para se ter a verdadeira noção da evolução da distribuição da riqueza no nosso país, no qual actualmente 1% da população detém cerca de 25% da riqueza nacional e 5% da população acumula quase 50% da riqueza nacional, importa recordar que em 1975, fruto da Revolução de Abril e da consequente valorização dos salários, 72,3% da riqueza nacional ia para salários e 27,7% do rendimento nacional eram distribuídos como rendimentos de capital. Actualmente, fruto da contra-revolução e da política executada por sucessivos governos, os salários apenas representam 37,8% da riqueza nacional e os rendimentos de capital acumulam 62,2% da riqueza nacional”, apontou.
Portugal, afirmou, é o País da União Europeia em que as empresas distribuem mais dividendos aos seus accionistas, muitas vezes superiores aos lucros obtidos, enquanto temos dos salários mais baixos da zona euro.
A devolução de rendimentos garantiu a recuperação económica, e a CDU considera que não só é possível, mas também é necessário garantir uma maior valorização do trabalho, dos trabalhadores e da produção nacional e regional.