PS critica promessas de milhões para grandes obras, feitas pelo Governo Regional

Os deputados do Partido Socialista/Madeira criticaram hoje as promessas da governação regional, relativamente a novas obras públicas. “Anunciam-se milhões todas as semanas”, apontou Vítor Freitas. “Ainda ontem o sr. presidente do Governo Regional veio prometer o aumento do cais do Funchal em mais 400 metros. Não para este mandato, mas para um mandato próximo”. O parlamentar não poupou ainda o valor avançado por Miguel Albuquerque para esta iniciativa [prolongamento do Molhe da Pontinha], nomeadamente de 100 milhões de euros, “sem que haja estudos que apontem para este valor”.

O socialista considerou tão extemporânea esta promessa como a do ferry, que deveria supostamente operar o ano inteiro, mas que só efectuará, afinal, 12 viagens durante 90 dias.

A promessa de Albuquerque, disse Vítor Freitas, pode acabar por traduzir-se numa ampliação do molhe não em 400 metros, mas apenas em 40 ou, quiçá, apenas 4 metros, ironizou.

Para o PS/M, isto não passa de caça ou voto, ou de fazer promessas para que quem vem a seguir as cumpra – ou pague.

Este comportamento, acusou Vítor Freitas, enquadra-se numa estratégia de criar um contencioso com o governo da República. “Miguel Albuquerque promete, e depois vem pedir aos outros [leia-se Governo central] que paguem as suas promessas”.

Relativamente ao novo hospital, salientou que o governo da República pagará metade dos 300 milhões de euros orçamentados. Enumerou ainda obras inacabadas, como a ligação rodoviária entre a Boaventura e Santana, bem como a ligação à Ponta do Pargo, e ainda as escolas da Ribeira Brava e Porto Santo, que estão a ser edificadas com dinheiros do Fundo de Coesão e financiamento nacional que vem para a Madeira. Referiu-se ainda ao programa de resgate financeiro, que trouxe aos madeirenses muitos amargos de boca por causa da “estratégia desenfreada de obras públicas”.

Neste sentido, considerou “necessário estabelecer prioridades”. Adiar o pagamento da dívida, como se viu recentemente, e anunciar todas as semanas que há novas obras públicas é “a instrumentalização do Governo Regional ao serviço de um partido”, declarou, traçando um quadro negro da saúde na Região, que exigem solução, bem como na área da habitação e em diversos outros sectores.

Por tudo isto, o PS vai propor na Assembleia Legislativa Regional uma comissão para obras estruturantes, que envolva o Governo, os partidos políticos e as autarquias. Tudo para que haja obras bem calculadas, sem que haja necessidades de novos resgates financeiros a pesar sobre indivíduos e empresas madeirenses.