Novas instalações para as actividades marítimo-turísticas “mexem” com a estética do cais 8

*Com Rui Marote

Conforme o Funchal Notícias já tinha dado conta a 13 de Dezembro último, as instalações destinadas a albergar as actividades marítimo-turísticas na frente-mar do Funchal estão em pleno processo de alteração. Após anos e anos de anarquia, em que cada um praticamente construía o que quisesse, existindo, assim, na marina do Funchal, barracas e barracos de diversas configurações e feitios, resolveu-se “normalizar” as instalações dedicadas a esta actividade, ou disciplinar, conforme se entenda.

E assim, a APRAM e a Secretaria da Economia, que tinha a tutela dos portos durante o tempo em que Eduardo Jesus foi governante com aquela pasta, abriu um concurso no valor de cerca de oitenta mil euros para mudar os actuais quiosques que albergavam os escritórios e os serviços de apoio ao público das actividades marítimo-turísticas. Porém tal terá sido feito sem auscultar os empresários sobre as suas necessidades, e o FN sabe que a situação chegou mesmo a gerar algum “frisson”, porque os proprietários dos espaços foram avisados repentinamente de que teriam de remover os actuais quiosques, criando confusão… Seguiram-se, porém, reuniões entre as entidades reguladoras e os empresários do sector, convocadas pela APRAM, para dar a conhecer o design das novas instalações. Mas os empresários não gostaram e cedo começaram a apelidar estas estruturas de “cavalariças”…

O certo é que os novos “quiosques”, se se lhes pode chamar assim, claramente inestéticos e muito semelhantes a contentores, já começaram a ser instalados e estão a decorrer trabalhos para as infraestruturas que lhes darão apoio.

Nomeadamente, na zona da nova marina, no cais 8, procede-se neste momento à abertura duma vala com mais de sessenta metros de extensão, para colocação dos tubos por onde passarão os cabos de iluminação e internet. Quanto às caixas de electricidade, estão em cima da muralha, junto aos “fingers”, tendo de ser também aberta uma vala no cimento para as albergar.

Mais importante, quiçá, do que estes novos quiosques de estética discutível seria a colocação de bancos e de uma protecção contra a chuva e o sol, para acolher os turistas que aguardam a entrada para os catamarãs e demais embarcações. Isto sem chocar a paisagem, nem alterar o desenho arquitectónico deste espaço. A venda de bilhetes poderia processar-se num pódio amovível, junto à entrada das embarcações, como faz neste momento a Nau Santa Maria de Colombo.

É criticável que se gastem cerca de oitenta mil euros para conspurcar a paisagem e para os turistas continuarem sem comodidades, opinam diversas vozes.