Madeira Palácio mancha cidade turística e facilita o vandalismo

Fotos FN.

 

É uma herança mal amada que está no centro da cidade turística, na Estrada Monumental. Outrora, chamou-se Madeira Palácio, o cinco estrelas de luxo que galvanizava na oferta hoteleira madeirense. Hoje, um mamarracho ao abandono, com a mata a ser o único cliente do que pretendia ser um renovado empreendimento turístico. Parou para obras de remodelação e morreu no tempo, afogado em dívidas.

Como não há empresário que lhe pegue, o Millenium BCP tem a “criança” nos braços, como muita outra e pródiga descendência. Enquanto faz parte da história do abandono turístico regional, aquele que não ganha galardões com os votos na net, as emblemáticas cantarias do imóvel, que davam para a Estrada Monumental, vão discretamente desaparecendo. Até os símbolos da imagem de marca do Madeira Palácio, no portão principal, partiram para parte incerta.

Os empresários vizinhos, ligados à restauração, não veem futuro para aquela obra. A sua configuração arquitetónica não agrada aos empresários e o passivo também afasta os potenciais clientes. Um ninho de problemas que não tem ajudado a encontrar uma solução segura. Entretanto, correm os boatos deste ou daquele empresário sonante a dar conta de uma hipotética compra que não se confirma. O velhinho mas pujante hotel, que decidiu renovar-se para sobreviver, parou a meio da mudança e ninguém abre os bolsos à sua exploração.

Que dizer das dezenas e dezenas de trabalhadores que somaram uma vida de trabalho feita nesta unidade hoteleira? Tiveram o mesmo rumo de outros tantos: o desemprego, depois a emigração forçada, outros a depressão e assim também se constrói a história da hotelaria madeirense, aquela que alguns consideram ser politicamente incorreto abordar.

Mas não é só o Madeira Palácio que está votado ao irreversível abandono. Os blocos de apartamentos, ao lado, do mesmo dono, também continuam encerrados desde a sua construção, a ganhar mato e a caminhar para a inevitável degradação. Um “buraco” que foi criado, sem que se vislumbre também uma solução.