Mui nobre e Leal

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Cartoon de José Alves.

As próximas eleições autárquicas prometem dar que falar. Por um conjunto de razões, mas também porque o Funchal, enquanto capital e município mais apetecido pelas forças políticas em presença, tem o condão de transmitir o impulso necessário para que uns ou outros possam ser considerados vencedores ou vencidos globalmente consoante o resultado aqui obtido.

Depois de Cafôfo ter dado um safanão ao ser eleito, com uma mistura que andou à deriva durante algum tempo mas que lá se foi aguentando ao ponto de colocar a liderança do PS em sentido, porque esta nunca ganhou nada e o líder camarário funchalense já teve uma consulta vitoriosa, surgem agora movimentações no seio do Partido Social Democrata no sentido de encontrar uma alternativa.

Esta semana, o FN anunciou ser intenção social democrata candidatar a “mui nobre” Rubina Leal, com larga experiência autárquica e já com trabalho feito no Funchal, à liderança da Câmara Municipal do Funchal, situação que, não sendo despropositada e adaptando-se ao leque de disponíveis com enquadramento para tal, coloca a secretária numa posição delicada, talvez a mais delicada da sua carreira política, não obstante saber-se que sempre fez as escolhas certas, apostando no “cavalo certo” para cada momento. Inteligência política, portanto, não lhe falta, reconhecendo-se trabalho e popularidade suficientes para já ter levado muita “gente ao colo” em algumas eleições.

Se Rubina for candidata, poucos lhe gabarão a sorte. É verdade que pode jogar pelo seguro, pois fica sempre com um pé dentro e outro fora, mas o desafio é de tal modo gigantesco, que tanto pode ir lá para cima como cair lá para baixo. Pode até ter o futuro de Albuquerque na mão, uma vez que as próximas autárquicas serão uma “prova de fogo” a sério para o governo regional, ainda que no âmbito Local. Mas mesmo assim, perder o Funchal é mais nocivo para Rubina do que para o PSD.

Não resta outra alternativa do que ser Leal até ao fim.Mesmo com eventuais “presentes envenenados”.