CDS indignado com aposta do Governo em grandes obras e não no alívio fiscal

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O CDS reagiu a uma notícia hoje divulgada na comunicação social regional, dando conta de que o Governo Regional vai avançar com a conclusão da Via Expresso Boaventura – São Vicente, um investimento de 35 milhões de euros, com verbas que são totalmente do Orçamento Regional.

O CDS sublinha que o seu grupo parlamentar apresentou propostas na Assembleia Legislativa Regional, já com o actual governo em funções, solicitando a descida da carga fiscal e a recuperação paulatina do diferencial fiscal de 30%, uma vez que o Plano de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) terminou.

O argumento do próprio presidente do Governo Regional, no entanto tem sido o de que não irá colocar em causa a consolidação fiscal. Igualmente, o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus, Sérgio Marques, tem afirmado publicamente que “o ciclo das grandes obras terminou”.

Afinal, constatam os centristas, tal não corresponde à verdade. Como não é verdade que o problema seja a consolidação orçamental. Na realidade há dinheiros da Região, dos impostos dos madeirenses, para grandes obras e não há dinheiro para reduzir a carga fiscal. É a conclusão a que chega o líder parlamentar Rui Barreto.

Pronunciando-se sobre este assunto, Barreto acentua que não está em causa o investimento. Mas o Governo de Miguel Albuquerque, diz, anunciou uma mudança de paradigma face ao passado, no sentido de ajudar o investimento privado, apostar nas exportações, e promover a competitividade, ao invés de apostar tanto nas grandes obras públicas que levaram a Madeira à situação actual. Baixar o custo dos combustíveis, dos transportes e das comunicações são medidas necessárias para promover a competitividade, na óptica dos centristas. Bem como baixar a carga fiscal sobre os madeirenses.

Para o porta-voz do CDS nesta matéria, o Governo Regional escolheu a aposta nas obras públicas, como anteriormente, não escolhendo o que deveria ter escolhido para combater a estagnação da economia, o desemprego e a falta de investimento.

“O CDS tinha razão quando diz que havia folga orçamental para baixar os impostos às empresas e às famílias”, afirmou Rui Barreto. Como é possível negar isto, reclamou, e agora fazer uma obra “apenas para um grande construtor que tem o maior alvará da RAM, com fundos próprios da Região”, questiona-se.