Tarântula-das-Desertas no Jardim Zoológico de Bristol

tarantula das Desertas**Estratégia de conservação será finalizada dentro de dois meses.

A estratégia de conservação delineada para a Tarântula-das-Desertas estará focada numa monitorização regular, num programa de investigação, e no estabelecimento de uma pequena colónia reprodutora no Jardim Zoológico de Bristol, de forma a assegurar não só uma população viável, a longo prazo, como também uma população reprodutora que permita, se necessário, criar novas populações no seu habitat natural.

Estas ações serão acompanhadas pelo aumento de ações de divulgação e de sensibilização, bem como da informação disponível relativa às questões relacionadas com a conservação da tarântula-das-desertas e o seu habitat.

São estas as conclusões do Workshop Internacional “Species Conservation Strategy for the Desertas Wolf Spider Hogna ingens (Blackwall, 1857)”, organizado pela Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, que decorreu nos dias 9 e 10 de Maio de 2016, e foi dirigido à gestão e conservação da tarântula-das-desertas. Trata-se de uma espécie endémica da Deserta Grande, restrita ao Vale da Castanheira, que possui um comprimento corporal de 40mm, sendo o predador de topo no seu habitat.

Este fato faz com que a conservação da tarântula-das-desertas seja de interesse internacional, especialmente à luz das ameaças relativas ao seu habitat. Nesse sentido, a Direção Regional de Florestas e Conservação da Natureza e o Serviço do Parque Natural da Madeira convidaram peritos da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), para desenvolver uma estratégia de conservação para a tarântula-das-desertas. Estes fizeram-se representar pela comissão para a sobrevivência das espécies da UICN, através dos responsáveis pelo subcomité de planeamento e conservação de espécies, pelo subcomité de conservação de invertebrados e ainda pelo grupo de especialistas em aranhas e escorpiões. Estiveram igualmente presentes representantes da Associação Europeia de Jardins Zoológicos e Aquários (AEZA) e do Jardim Zoológico de Bristol, bem como da Universidade da Madeira.

Durante dois dias, os participantes discutiram, de forma aprofundada, o estatuto de conservação da tarântula-das-desertas, as pressões a que se encontra sujeita e as oportunidades de conservação.

A estratégia de conservação será finalizada dentro de dois meses, sendo que os participantes estão confiantes que a mesma assegurará o bom estado de conservação futuro desta que é uma espécie bandeira da biodiversidade madeirense.