Com pregos se mata o nosso património

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Rui Marote (texto e fotos)

Há 69 anos, mais precisamente a 28 de Maio de 1947, foi inaugurado o monumento ao Infante D. Henrique, da autoria do escultor Leopoldo de Almeida, na Rotunda do Infante, com um imponente arco feito da mesma cantaria da que foi construída a Sé Catedral.

Com as obras de beneficiação e desvio da Ribeira de São João, a empresa construtora tomou todas as medidas de segurança para preservar a estátua ali existente, protegendo-a de qualquer desmoronamento.

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Todas as pedras foram numeradas com tinta, que ainda hoje perdura e é bem visível aos olhares atentos dos apreciadores de obras escultóricas. E fica bastante estranho, no mínimo.

O Funchal Notícias alertou, já vai para um ano, para que se procedesse à limpeza destes números, uma vez que o conjunto escultórico não é nenhum jogo de montar para crianças… mas o alerta caiu em saco roto.

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Entretanto, toca a fazer-se novo atentado ao sexagenário monumento. Um que não podemos deixar passar impune.

A empresa Lux Star, que procedeu à montagem da iluminação natalícia, procedendo à electrificação do arco, resolveu fixar o cabo eléctrico à cantaria através de umas braçadeiras com pregos, danificando-a e em alguns sítios partindo a pedra.

Os responsáveis nem dão por isso e a empresa de montagem não tem  sensibilidade nem usou alternativas para a colocação das luzes. O que interessa é que está bonitinho, e quem vier a seguir que se aguente.

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As imagens que publicamos são elucidativas do “crime” cometido contra o património. Só para que as pessoas se recordem vagamente da importância do monumento, recordamos a ocasião da sua inauguração, com pompa e circunstância.

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