Papa diz “não” à guerra e ao armamento nuclear

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O Papa a voltar a colocar o dedo na ferida, insurgindo-se contra a guerra. Foto Ecclesia.

Foi um acontecimento trágico há 70 anos, mas o Papa Francisco trouxe-o ontem à memória para pedir à humanidade que diga sempre um “não” veemente e firme a toda e qualquer guerra e ameaça nuclear. Um apelo pungente e desabrido do Sumo Pontífice que não receia os poderes instituídos em nome da Paz mundial.

Por outro lado, o discurso do Papa Francisco constitui ainda um alerta ao progresso científico quando usado contra a própria humanidade. O ataque dos EUA às cidades japonesas, que pôs fim à II Guerra Mundial, foi um “símbolo do desmesurado poder destruidor do homem quando faz uso distorcido da ciência e da técnica”. Por isso,  “constitui uma advertência perene para a humanidade, a fim de que repudie para sempre a guerra e sejam banidas as armas nucleares e todas as armas de destruição massiva”.

O ataque contra Hiroshima matou entre 70 mil e 80 mil pessoas, cerca de 30% dos residentes da cidade, por causa da explosão e consequente onda de choque; uma segunda bomba atómica atingiu Nagasaki,  três dias depois, provocando a morte de cerca de 75 mil pessoas, às quais se somaram milhares de outras que perderem a vida devido aos efeitos da radiação, segundo noticiou a Agência Ecclesia.

“Este triste aniversário chama-nos sobretudo a rezar e a empenhar-nos pela paz, para difundir no mundo uma ética de fraternidade e um clima de serena convivência entre os povos. Que de toda a terra se eleve uma única voz: não à guerra, não à violência, sim ao diálogo, sim à paz. Com a guerra perde-se sempre, o único modo de ganhar uma guerra é não a fazer”.

O Papa aproveitou a sua intervenção pública para recordar outro povo em sofrimento. De facto, mostra-se inquieto com  El Salvador, “por causa da escassez de bens, da crise económica, dos fortes contrastes sociais e da crescente violência. Encorajo o querido povo salvadorenho a perseverar unido na esperança e exorto todos a rezar para quem na terra do Beato Oscar Romero voltem a florir a justiça e a paz”.