Rosário Martins
Discreto mas eficaz. É assim que todos conhecem o chefe de gabinete de Miguel Albuquerque e o secretário-geral do PSD, o homem da máquina e o braço de trabalho efetivo do presidente.
Natural do Faial, Santana, Rui Abreu licenciou-se em Direito. Que se saiba, não chegou a ter escritório aberto para exercer a advocacia porque foi rapidamente catapultado para a política.
O então social democrata do Faial começou a mostrar pergaminhos na política quando Miguel Albuquerque ascende à presidência da Câmara Municipal do Funchal. Chefe de gabinete do edil, é o homem em quem o presidente mais confia, demonstrando sempre grande lealdade ao chefe. De low profile, Abreu prefere mais observar do que falar, registar e preparar tudo para ontem, facilitando em grande medida o trabalho do companheiro Albuquerque.
Quando Albuquerque afrontou Jardim, Rui Abreu esteve sempre do lado da mudança ou da renovação. Enquanto Jardim falava dos desempregados da política, uma vez que o terceiro e último mandato na Câmara do Funchal se abeirava do fim, Abreu mantinha-se ao lado de Albuquerque, preparando um projeto de poder de renovação.
Tenho ganho as diretas do PSD, derrotando Manuel António, o caminho para a presidência do governo estava aberto. E Rui Abreu foi, na penumbra, o obreiro desta caminhada, gerindo a campanha ao milímetro, as intervenções do líder, os debates e os mega-jantares com os militantes.
Uma vez ganha as eleições, e quando as dúvidas se colocaram sobre a maioria absoluta ou não do PSD, a atenção de Rui Abreu pesou também na correção de uma anunciada perda da maioria. Vigilante, Rui Abreu controla a agenda pública do presidente e as relações com a comunicação social.
Ao longo dos muitos anos no poder autárquico do Funchal, não escapa de estar associado aos lobbies privados da construção e até na sua terra, no Faial, há mesmo quem diga que é dono da paradisíaca zona do Guindaste. Rui Abreu mantém o silêncio e a máquina sempre em andamento porque sabe que o trabalho e a máquina oleada rendem vitórias.
