BE critica Albuquerque e aponta preços absurdos da habitação

O Bloco de Esquerda-Madeira veio hoje abordar o problema da habitação e dirigir críticas ao presidente do Governo Regional, que há dias foi “inaugurar um empreendimento habitacional, construído por uma “cooperativa de habitação económica”. Tratam-se de vários apartamentos, de variadas tipologias, vendidos a preços exorbitantes e nada consentâneos com a natureza acessível das tais cooperativas de “habitação económica”, denuncia o BE.

“Colocar no mercado apartamentos, que deveriam ter um preço acessível, a cerca de 200 mil euros o T1, 350 mil euros o T2 e quase meio milhão de euros o T3, é gozar com todas aquelas pessoas que na nossa Região anseiam por uma habitação que, a estes preços proibitivos, não as podem adquirir”, sentencia o Bloco.

Para este partido, o que vai acontecer é que este tipo de habitações, nada económicas, pelos vistos, vão ser adquiridas, na sua maior parte, por grandes investidores estrangeiros, e alguns regionais, com elevado poder de compra, para alojamento local ou apara arrendamento de luxo.

“O Governo Regional, e o seu “empreiteiro-mor” Miguel Albuquerque, não está interessado em resolver o grave problema de habitação que temos na Madeira. Dar a sua “benção” a uma fraude destas é inadmissível. Sobretudo numa altura em que muitos milhões do PRR serão distribuídos por várias “cooperativas de habitação económica” para a construção de habitações, supostamente, a custos controlados”, aponta o BE.

“Se todas as cooperativas fizerem como a que referimos anteriormente, sobretudo as que beneficiarem de verbas públicas através do PRR, isto constituirá uma fraude grave na medida em que subverterá toda a filosofia inerente à comercialização de imóveis através das chamadas “cooperativas de habitação económica”. As cooperativas de habitação económica estão a ser tomadas pela ganância de lucrar milhões com o mercado imobiliário, quando deveriam concentrar-se em disponibilizar imóveis para habitação a preços realmente reduzidos”, aponta este partido.

Para o BE, esta fraude não pode continuar e o próximo governo da Região terá que tomar outras medidas corajosas para garantir uma habitação a quem dela necessita.

O BE reafirma que a solução para a grave crise da Habitação tem que passar pela imposição de tectos máximos para as rendas, pela proibição de venda ou revenda de habitação adquirida às “cooperativas de habitação económica” a preços especulativos, pela limitação do alojamento local, pela obrigatoriedade de reservar 25% dos imóveis em todos os novos empreendimentos habitacionais a licenciar, pelo fim dos benefícios fiscais para a reabilitação de casas que se destinem a outros fins que não a habitação.

“Serão estas medidas que aliviarão a pressão sobre o mercado imobiliário e poderão libertar habitações, a preços mais baixos, para que quem vive e trabalha nesta terra possa comprar a sua habitação e a consiga pagar”, conclui o Bloco.