O valor gerado pela pesca de peixe espada preto continua este ano a bater recordes, afirma uma nota da Secretaria Regional do Mar e Pescas.
Segundo os últimos dados disponíveis, até ao final da semana passada, foram descarregadas nos portos e entrepostos regionais 1.644 toneladas deste pescado, que renderam na primeira venda 7,683 milhões de euros. Trata-se de “um aumento significativo em relação ao período homólogo (5,627 milhões de euros) face a praticamente o mesmo volume de descargas: 1,684 toneladas”.
Este montante, refere a SRMP, é já superior ao facturado em todo o ano passado (7,459 milhões de euros), e aos três anos anteriores.
Em 2021, o valor de peixe espada preto descarregado atingiu os 7,450 milhões de euros; em 2020 foram 6,389 milhões de euros e em 2019, o rendimento da espada foi de 7,450 milhões de euros.
“É preciso recuar até 2018, ano em que a facturação total de espada atingiu os 8,191 milhões de euros, para encontrar um período em que este ano não tenha já ultrapassado em termos de rendimento. Mesmo assim, a manter-se este ritmo de capturas e faturação, o valor de 2018 deverá ser ultrapassado já nas próximas semanas. Já os anos anteriores, foram já superados: 2014 (6,230 milhões de euros); 2015 (7,172 milhões de euros); 2016 (6,854 milhões de euros) e 2017 (7,636 milhões de euros)”, afirma a Secretaria governada por Teófilo Cunha.
Para o mesmo, estes números são motivo de satisfação “porque revelam uma valorização da pesca que resulta num aumento de rendimento para os agentes do sector”.
O governante sublinha a importância social e económica do peixe espada. “Não apenas para os pescadores e armadores, mas também para o turismo, dada a relevância gastronómica do peixe espada.”
Neste momento, a frota regional já atingiu cerca de 76% da quota anual de espada atribuída à Região, que é de 2.189 toneladas. Logo no início de Setembro, o Governo Regional solicitou junto da Direcção-geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), um reforço de 241,1 toneladas da quota para este ano de peixe espada preto.
O objectivo do Executivo foi assegurar que a frota espadeira regional continue a pescar até ao final do ano, aproveitando a forte procura que este pescado está a ter na Madeira.
Em 2022, pela primeira vez, a quota de espada foi esgotada em Novembro, mas a Secretaria Regional de Mar e Pescas conseguiu negociar um reforço de 240 toneladas, que permitiu retomar a pescaria já depois ter sido emitido um aviso de encerramento da pesca. Este ano, o pedido de reforço foi feito mais cedo, para que as embarcações possam planear as suas pescarias, os tempos de descanso das tripulações e os trabalhos de manutenção.
De acordo com as regras da Política Comum de Pescas da União Europeia, é possível, sempre que não se verifique um histórico de infrações (como por exemplo a sobrepesca), solicitar um aumento até ao máximo de 10% da quota ajustada. As tais 241,1 toneladas que a Madeira pediu no início de Setembro, conclui o comunicado da Secretaria do Mar e Pescas.