Aprovado relatório da Comissão de Inquérito que… resultou em nada de nada

Segundo informa a ALRAM, foi, esta tarde, aprovado o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre “O favorecimento dos grupos económicos pelo Governo Regional, pelo Presidente do Governo Regional e Secretários Regionais e “obras inventadas”, em face da confissão do ex-Secretário Regional Sérgio Marques, em declarações ao Diário de Notícias,…» [de Lisboa] “…susceptível de configurar a prática de diversos crimes”.

O documento contou com os votos favoráveis do PSD e do CDS-PP e os votos contra do PS e do PCP, refere o parlamento regional.

O Partido Socialista, proponente da comissão de inquérito, entende que “o relatório tem demasiadas omissões, falhas e erros”. Rui Caetano, líder parlamentar do PS, queria que o documento espelhasse “os factos apontados por Sérgio Marques” e por isso apresentou 131 propostas de alteração que foram rejeitadas pelos partidos da maioria.

O deputado do PCP afirmou , pelo seu lado que o “relatório tem muitas omissões sobre o que se passou”.

“Parece que não houve mais diligências para se apurar a verdade, parece que mais ninguém apresentou propostas para se ouvir outras pessoas e solicitar documentação”, reforçou Ricardo Lume, que gostava de ver no documento “a identificação dos partidos que solicitaram direitos potestativos, (…) todas as propostas que foram feitas na comissão (…) e as respectivas votações”. Foram, também, rejeitadas as propostas do deputado comunista para a alteração do relatório final da Comissão de Inquérito.

Quanto ao PSD, elogiou o relatório produzido pela deputada social democrata Clara Tiago.

“O relatório dignifica a instituição e o trabalho dos deputados”, realçou Brício Araújo. Segundo o social-democrata, o documento “trata de factos concretos. Tanto o PS como o PCP querem fazer das questões colaterais o essencial”, disse o deputado.

Já o CDS-PP, pela voz do líder parlamentar, António Lopes da Fonseca, argumentou que “o que Sérgio Marques disse são “opiniões e não factos, porque não tem prova nenhuma”. “A montanha pariu um rato”, concluiu o parlamentar centrista.

No final da reunião, o PS apresentou uma declaração de voto, com cerca de 100 páginas, que será entregue ao Ministério Público, anunciou Rui Caetano.

O Relatório Final será apreciado em plenário, por todos os deputados, no dia 17 de Maio.