António Fontes diz que águas do CNF deviam ser Património Mundial na categoria de… “fezes”

O Funchal Notícias noticiava ontem em primeira mão: “Imundície emporcalha novamente o mar nas imediações do Clube Naval”. E citava uma queixa-crime contra desconhecidos, por causa da sujidade no mar, feita anteriormente pelo presidente do CNF, António Fontes. Ora, este fez publicar, no site do clube, uma mensagem de protesto, propondo ironicamente que as águas da Quinta Calaça sejam elevadas a Património Mundial da UNESCO na categoria de… “fezes”.

“Estimados associados do CNF e Excelências da política ambiental da RAM, diz António Fontes no comunicado: “CNF prepara-se para hastear a vigésima segunda bandeira azul”, na Quinta Calaça. “Dos trinta e três requisitos para hastear a bandeira azul, o da qualidade da água do mar” é considerado por Fontes em determinados dias do ano, “calamitoso”.

“Registem: queixa-crime contra desconhecidos, zero; convites para reunir as entidades privadas da zona alta do Lido, excepção do Grupo Pestana, zero; embarcação para remoção do lixo à superfície no âmbito do orçamento participativo da RAM, zero; tecnologia para controle de descargas para o mar, zero”.

António Fontes deixa, portanto, um convite “a todas as entidades públicas” para mergulharem no mar da Quinta Calaça, “candidato, em certos dias do ano, a Património Mundial da UNESCO na categoria de fezes”.

“O odor, para quem lá nada, não engana e afugenta qualquer drone, os submarinos castanhos, para quem lá nada, são a delícia das medusas e das caravelas portuguesas”.

O presidente do CNF conclui, sarcástico, evocando Fernando Pessoa: “Ó Mar Salgado da Quinta Calaça, quanto do teu sal, são lágrimas dos sócios do Clube Naval do Funchal”.

Recorde-se que recentemente, socorrendo-se de um drone especial, a responsável do Governo Regional pelo Ambiente, Susana Prada, assegurou que a constante lixeira no mar não resulta de “esgoto”, sendo antes constituída por “poeiras” e “microalgas”.