Bloco de Esquerda repudia declarações de Jorge Carvalho no caso da Escola Hoteleira

O Bloco de Esquerda veio a terreiro repudiar as declarações do secretário regional da educação, Jorge Carvalho, que, perante as denúncias efectuadas pelos alunos são-tomenses que estudam na Escola Hoteleira da Madeira, “ataca as vítimas, recrimando-as por faltarem às aulas e, mais grave ainda, infantilizando e assim desvalorizando o problema que vêm agora expor”. Recorde-se que hoje a direcção da Escola Hoteleira negou as acusações dos estudantes em questão e contra-atacou acusando-os de mentir, de vandalismo na residência e de falta de limpeza.

No entanto, para os bloquistas,  que foi denunciado por estes estudantes é de extrema gravidade.

“Não só coloca em causa a própria escola – porque ensinar e transmitir conhecimento também se faz pelas acções e pelo respeito a todas e todos os que integram a comunidade escolar, mas também e principalmente porque coloca a nu a discriminação que os estudantes deslocados e dos PALOP enfrentam (e aqui não podemos também esquecer as condições a que estão sujeitos alguns estudantes deslocados da UMa), e o aproveitamento que o sector hoteleiro faz dos estágios e dos estudantes estagiários”.

“Pelas declarações dos estudantes, os problemas não são de agora, já tinham sido reportados e foram sendo ignorados pela direcção da escola. Esta é pois uma atitude limite para estes jovens, que se encontram numa situação de ainda maior fragilidade, porque longe da família e do seu país. Denunciando as condições em que vivem e a exploração laboral a que estão sujeitos, por um sector em crescimento e que bate recordes todos os meses, exigem respeito, e deram à população da ilha uma grande lição de democracia e de dignidade humana”, salienta o BE.

“O Bloco de Esquerda opôs-se à entrega da Escola Hoteleira da Madeira a uma gestão privada porque previa perda de qualidade, maior promiscuidade entre a defesa da aprendizagem dos alunos e os interesses do sector hoteleiro por mão-de-obra a custo zero. Desde há muito que defendemos a urgência desta escola voltar à esfera pública, bem como a importância de termos aqui na Madeira uma escola hoteleira de referência no país”, salienta este partido político.