Chuva e frio não travam obras de restauro do Monumento da Paz no Terreiro da Luta

Obras de recuperação do Monumento da Paz prosseguem no Monte, apesar do mau tempo. Fotos FN

Chuva, vento e muito frio. Ainda assim, no Terreiro da Luta, as obras de recuperação do Monumento da Paz, no Terreiro da Luta, prosseguem. Três trabalhadores resistem às adversidades atmosféricas e, em lume brando, vão contra a corrente. É preciso avançar com os trabalhos para garantir a estabilidade de um monumento que congrega tradicionalmente muitos peregrinos numa devoção à Senhora da Paz.

As rajadas de vento fazem-se sentir com mais força, no fim da tarde desta última sexta feira, ante os andaimes altíssimos que cobrem a imagem, de tal modo que os trabalhadores se recolhem, ficando apenas em trabalho quem conduz a escavadora. Não é fácil a obra, com o tempo que se tem feito sentir, mas isto vai, afirmam com resignação e otimismo. Técnicas especialistas no restauro do património têm visitado o Monte para acompanhar os trabalhos. O objetivo é substituir a estrutura que suporta a imagem da Senhora da Paz, com 5m de altura e várias toneladas de peso, porque as fissuras eram por demais evidentes e perigosas, conforme já revelou o responsável pelo património da Diocese do Funchal, Cónego Manuel Martins.

A renúncia do Advento do ano passado, de 13 mil euros, visou custear as obras, cujo valor final estará certamente muito além da recolha da Diocese do Funchal, através das paróquias. Sobre o valor total dos trabalhos, já foram apontados vários números, desde 25 mil, mais de 100 mil euros e até 400 mil euros. Os trabalhos estão a ser realizados após a realização de um relatório do Laboratório Regional de Engenharia Civil.

Como nota de reportagem, há que referir que o decurso das obras, a lama, a chuva e o vento não impedem os peregrinos de visitarem o Monumento da Paz. Mesmo com o mau tempo, um casal também aproveitou para olhar para a Senhora da Paz e ali estar uns minutos de silêncio. Nos santuários, não se gastam palavras. Silêncio, contemplação e paz. Um símbolo da devoção dos madeirenses, construído com muito sacrífico e generosidade dos cristãos, que a Diocese do Funchal quer dinamizar, em condições de segurança.