PCP critica falta de saneamento nas zonas altas do Funchal

O PCP realizou uma acção de contactos com a população em vários concelhos da RAM, tendo concluído esta iniciativa no Sítio do Garachico, no concelho de Câmara de Lobos, denunciando a falta de acesso ao saneamento básico que persiste nesta localidade.

A dirigente regional do PCP, Herlanda Amado, declarou ser “inadmissível que nos dias de hoje, em pleno século XXI”, milhares de madeirenses sejam privados do acesso ao saneamento básico.

“Quem reside no Garachico não tem direito ao acesso à rede de saneamento básico, condição fundamental de desenvolvimento humano e social, para além dos impactos negativos para o ambiente e saúde pública”, referiu.

“Esta realidade que é vivida aqui no Sítio do Garachico, não é caso isolado no concelho de Câmara de Lobos. Esta necessidade verifica-se também no sítio das Eiras Salgadas, no Caminho do Lombo Centeio, em Santa Cruz ou no sítio do Vasco Gil e Santa Quitéria, na freguesia de Santo António, concelho do Funchal, apenas para dar alguns exemplos”, acrescentou. C

Citou as descargas de esgotos para as levadas e outras linhas de água, o cheiro nauseabundo, a acumulação de moscas e outros infestantes como apenas alguns exemplos da situação que se vive nesta localidade há vários anos.

“Podemos afirmar que estamos perante um grave problema de saúde pública, visto que os resíduos produzidos nas moradias são enviados para os ribeiros ou então para as levadas, com todos os problemas que esta questão levanta”, referiu.

“Têm existido promessas a vários níveis do poder governativo e autárquico de garantir um melhor serviço e assegurar uma rede de saneamento básico adequada às necessidades da população”, acrescentou.

“Neste caso concreto do Garachico, passados 11 anos os munícipes pagam muito mais pelo serviço prestado pela ARM, do que pagariam se fosse a Câmara Municipal a gerir as águas e os resíduos, e mesmo assim 40% das habitações do concelho não têm ligação à rede de esgotos. É de realçar que estas situações revelam desigualdades profundas entre pessoas e territórios, sobretudo, demonstram como os governantes tratam de forma injusta as populações que vivem afastadas dos centros urbanos, através das suas políticas de injustiça social”, considerou.