Decorrerá hoje, sexta-feira, dia 13 de maio, pelas 18h30, na Casa do Povo da Camacha, a apresentação do livro “Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha. Sete Décadas de História” .
Esta obra é o resultado de um cuidado trabalho de investigação, recolha, compilação e registo de informação, até aqui dispersa, este livro constitui, de ora em diante, uma importante fonte organizada de informação acerca do mais antigo grupo de folclore da Ilha da Madeira, constituindo também, por conseguinte, um relevante contributo para a compreensão da história do movimento folclórico no arquipélago da Madeira e no país.
Da fundação às representações deste grupo na Região, no território continental português e no estrangeiro, passando pelas figuras mais emblemáticas e pela sua atividade “fora de palco” em prol da cultura tradicional madeirense; do passado ao presente e a partir de um ponto de vista exterior ao grupo, o autor, Duarte Mendonça, percorre minuciosamente, os diversos registos escritos, mas também fonográficos e iconográficos, para relatar o percurso e trabalho deste grupo, que, muitas vezes, se cruza com a própria história recente da ilha da Madeira.
A apresentação da publicação, cofinanciada pelo Proderam e pela Câmara Municipal de Santa Cruz, ficará por conta do ex-presidente do Governo Regional da Madeira, Dr. Alberto João Jardim. Conta ainda com o contributo precioso da artista visual Rosa Moniz, no grafismo e da fotógrafa Georgina Abreu na fotografia, aspeto que expressa aquele que é, na atualidade, o empenho do Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha, de promover uma aproximação entre as expressões artísticas contemporâneas e o património cultural tradicional e popular madeirense.
Sobre o Autor
Duarte Mendonça é natural do Funchal. É formado pela Universidade da Madeira, onde frequentou e concluiu a sua Licenciatura e Mestrado na área das Humanidades.
É Técnico Superior da Câmara Municipal do Funchal, desempenhando funções na sua Biblioteca desde 2008.
É um investigador com vasta obra publicada dado que este é já o seu 11.° livro. Dos anteriores destacam-se o “Da Madeira a New Bedford”, um estudo sobre a nossa comunidade nessa cidade americana; “A Visão Madeirense da América”, uma antologia de crónicas de viagem da autoria de ilustres viajantes da nossa ilha nos Estados Unidos; “A Visão Americana da Revolta da Madeira”, que apresenta a cronologia dos eventos baseada nas notícias divulgadas pelo New York Times e pelo Diário de Notícias de New Bedford; “American Views on Madeira Wine”, antologia de textos de fontes americanas oitocentistas com referências ao Vinho Madeira; ou ainda “Carlos e Zita de Habsburgo: Crónica de um Exílio Imperial na Cidade do Funchal”; entre outros.
Para além de livros tem ainda diversos artigos publicados em revistas culturais e jornais madeirenses, nacionais, açorianos e ainda luso-americanos, assim como tem proferido diversas conferências, a solo ou integrado em colóquios, realizados sobretudo na Madeira e nos Estados Unidos, duas das quais aqui na Casa do Povo da Camacha, sendo que a última foi subordinado ao tema do trabalho desenvolvido pelo etnógrafo Carlos Santos no seio do seu Grupo Folclórico.
Sobre o Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha
O Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha foi fundado em 1948 com o objetivo de representar a Madeira e Portugal no Concurso Internacional de Danças de Madrid, em Espanha, evento em que foi agraciado com o 2º lugar na modalidade de Danças Mistas. O dia 1 de novembro foi a data escolhida para a celebração do seu aniversário. O seu primeiro diretor artístico foi Carlos Maria dos Santos, etnógrafo que realizou inúmeras recolhas sobre as músicas, danças, trajes e costumes de todo o arquipélago da Madeira contribuindo de forma muito relevante para a projeção deste Grupo dentro e fora do país. Graças ao grande número de homens e mulheres que passaram pelo Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha, a sua atividade permaneceu ininterrupta desde 1948, fazendo dele o mais antigo grupo de folclore na Região Autónoma da Madeira. As músicas e danças representadas remontam ao século XIX e ao início do século XX. Contudo, elas evocam reminiscências que retrocedem ao século XV e à colonização da ilha. Já representou a ilha da Madeira em todo o território português, Europa, América do Norte e do Sul, África, Médio Oriente, Ásia e Oceânia. Foi distinguido e reconhecido pelo seu trabalho em defesa da cultura popular pelo Governo Regional da Madeira, pela Secretaria Regional do Turismo e pelo Município de Santa Cruz.