Os candidatos do Bloco de Esquerda-Madeira abordaram a questão da ligação marítima a território nacional, uma questão sempre na ordem do dia. Miguel Silva, porta-voz da iniciativa, referiu que “o BE considera que a falta de um serviço público como a ligação marítima entre a Madeira e o território continental português viola a norma do princípio da continuidade territorial.
Partindo do princípio que a continuidade territorial deveria ter como objectivo a coesão entre o território continental e insular, “estranhamente continuamos sem ligação marítima e sem financiamento do Orçamento de Estado para a mesma”, constatou.
Segundo o orador, “o Bloco de Esquerda sempre defendeu no parlamento a adopção de benefícios e ajudas a favor dos cidadãos e cidadãs das regiões autónomas, numa óptica de valorização das especificidades regionais e no combate às assimetrias decorrentes da insularidade, sabendo da importância económica e financeira que um serviço de ferry traz a uma região ultraperiférica como a Região Autónoma da Madeira.”
“Sabemos que o ferry, enquanto meio de transporte para passageiros e carga, só traria vantagens, potencializando o tecido económico regional nos seus vários sectores. O expectável incremento nas exportações e no turismo é imensurável do ponto de vista económico. A falta de meios de transporte ágeis de matérias primas, bem como de produtos frescos cuja produção a ilha não tem demanda, afecta inclusive o desenvolvimento social regional, encarecendo o preço dos produtos para os madeirenses e porto-santenses e aumentando naturalmente o seu custo de vida”, salientou.
Miguel Silva defendeu ainda que “a reposição desta linha poderá e deverá ser usada como solução para a falta de ligação entre a ilha da Madeira e Porto Santo, no mês em que esse serviço fica inoperante por falta de um “Lobo Marinho” cujo propósito seria unir ilhas”.