D. Fisichello quer Paulos de Tarso hoje a levarem a boa notícia: “Deus é Amor! Mas o amor de Deus não é o amor dos homens.”

O Arcebispo Rino Fisichello estabeleceu hoje, no âmbito da Semana de Evangelização do Clero, Leigos e Consagrados, um paralelismo entre o combate evangélico de Paulo de Tarso, nas ruas de Atenas, e os nossos dias de hoje. “As coisas não mudaram muito desde então. As estradas das nossas cidades estão cheias de novos ídolos”. Curiosamente, as “expressões religiosas” que se perfilam “não têm a força de pensamento”, resvalando para a “emotividade” e, noutros casos, para o “fundamentalismo”.

Neste contexto nebuloso, o presidente do Pontifício para a Nova Evangelização defende que “precisamos de perguntar quem são os novos Paulos de Tarso com a consciência de serem portadores de uma boa notícia que entra no areópago do nosso pequeno mundo com a convicção e certeza de querer anunciar o “Deus desconhecido” “.

Interpelado sobre o como e a forma de surgirem Paulos de Tarso no nosso tempo, o orador explicou, que a grande notícia a ser levada ao mundo resume-se ao princípio lapidar do Evangelho: “Deus é Amor! Deus ama-nos. Mas o amor de Deus não é o amor dos homens. Se somos capazes de amar, é porque Deus nos amou primeiro. Portanto, é preciso que sejamos testemunhas deste amor, sobretudo num mundo que abunda em exemplos da falência do amor”.

O “amor” de Deus que Fisichello pede que se leve ao mundo, qual Paulo de Tarso,  “não é uma teoria mas um testemunho de vida, na proximidade, no perdão, na presença, no silêncio… o homem de hoje tem necessidade que lhe demos a mão. Sem muitas palavras mas com testemunho concreto de vida”.

Não julgar os jovens

Interrogado ainda sobre como falar de Deus aos jovens, D. Rino deixou três pontos para reflexão: “Os jovens escutam-nos mesmo quando parecem que não nos escutam e procuram ver se somos coerentes, eles pedem-nos coerência; outro ponto importante é não julgar os jovens, porque o juízo é o que fere esta geração e perdemo-la. Temos de ser capazes de amar, fazer silêncio, estar com… um terceiro elemento é a liberdade, conjugada com a verdade. Não ter medo de apresentar aos jovens um ideal de vida, como uma proposta, mas que leva tempo a acontecer. Devemos respeitar os ritmos que os jovens hoje têm. A nossa responsabilidade não é impor mas transmitir.”