O distanciamento social em tempos de pandemia da Covid-19 foi hoje uma miragem no centro do Funchal. Não é nenhuma acusação, nem condenação; é apenas uma constatação do FN. No dia em que a pandemia cobrou o total de 100 vidas, a benção das capas dos alunos da Escola Secundária de Francisco Franco, se bem que realizada, tanto quanto sabemos, com os possíveis cuidados de testagem dos alunos, fez aglomerar uma multidão no centro da urbe, frente à Sé, onde foi celebrada missa.
Uma ocasião de alegria para os alunos e respectivas famílias, mas que gera preocupações. A maior parte das pessoas usava máscaras, mas houve várias que não observaram esse cuidado. O ajuntamento de pessoas num espaço restrito gerou uma aproximação maior do que seria aconselhável. As imagens ficam à consideração dos leitores, sempre para pesar se, neste momento, as decisões mais acertadas passam por continuar com estes eventos e com restaurantes, bares e discotecas abertos, sem restrição de horários, para, como dizem alguns, “salvar o Natal”.
Não há certamente decisões fáceis. E os sinais que nos chegam são contraditórios. Enquanto há insignes virologistas que aconselham a desconfinar, outros há que nos dizem o contrário. Enquanto negacionistas recusam sequer que exista pandemia, e consideram as vacinas “um perigo”, outros querem, por decreto, que os madeirenses, além de se vacinarem com 3 doses, façam testes todas as semanas, entupindo por completo farmácias, clínicas e outros postos de testagem. No meio de tudo isto, há que tentar exercer o bom senso.