Rui Marote
O Estepilha entende que lhe compete alertar os responsáveis para gerir as despesas públicas com rédeas curtas e não de mãos largas. E recorda os parquímetros com que deparou pela primeira vez em 1967 em Lourenço Marques, Moçambique, hoje Maputo, na Avenida da República.
Em 1980, decorridos 13 anos, os mesmos chegaram ao Funchal, na rua Padre Gonçalves da Câmara, mas com um nome alternativo, “parcómetros”. A evolução da tecnologia resultou numa máquina que nos dá o tempo registado numa vinheta que fica colocada no interior da viatura. Quem não se recorda da moedinha “caravela” de dois mil e quinhentos, colocada no parquímetro, e do ponteiro em acção galgando os minutos? Tudo isto faz parte da História.
No presente, veem-se viaturas da Câmara ocupando espaço dos munícipes e nos lugares mais caros da cidade sem pagar um chavo. Há parquímetros em redor do Tribunal, até na rua Padre Gonçalves da Câmara, que é pequenina, abusam desta situação. Ora, que tipo de contrato tem a Câmara com um estacionamento particular na Rua 5 de Outubro, cujo primeiro piso deve ter uns doze espaços, só com viaturas da autarquia?
E quem assume a responsabilidade de rectificar os parquímetros, que nalguns casos têm o relógio com dez minutos de atraso à hora normal? Basta ir à rua 5 de Outubro e olhar para o parquímetro em frente de um consultório médico. Mas isto é regra e não excepção, se olharmos para a cidade. Ao redor do edifício municipal, na rectaguarda, o número de viaturas ali estacionadas é de vereadores e chefes de serviço e da assembleia municipal, lugares nobres a metros do local de trabalho. São benesses que já vêm do tempo da outra “senhora”.
A CMF é proprietária de parques que deu de exploração a particulares, como o do Almirante Reis, do Campo da Barca, e da Calouste Gulbenkian. Não seria possível negociar com quem explora, a cedência de um andar para colocar essas viaturas, reduzindo ao erário as despesas e libertando os espaços nas vias públicas para os munícipes!?
Quem paga os gratificados à PSP para fiscalizar os parquímetros (de preferência sem multar) mas fazendo espera aos infractores para depositarem as moedinhas?
Já agora o Estepilha interroga a CMF: estão a funcionar as casas de banho na Avenida do Mar? Onde se vestem e fazem necessidades fisiológicas as funcionárias dos postos de turismo (encerrados temporariamente devido à pandemia)? Têm de utilizar as instalações da padaria ao lado da GNR como “camarins”…
Podem lançar “ataques” nas redes sociais contra estas minhas observações certeiras que, ao contrário do que muitos julgam, não são mal intencionadas e não tocam só à CMF, mas a todos! Para bom entendedor meia palavra basta. Estepilha!