PCP analisa “galopante” e preocupante situação do desemprego na RAM

O PCP reuniu-se com a União dos Sindicatos da Madeira na Assembleia Legislativa da Madeira, visando analisar o agravamento da situação económica e social da Região. Para o deputado Ricardo Lume, o “galopante processo de agravamento da situação económica e social na RAM com o aumento dos despedimentos, das não renovações dos contratos a prazo e consequente aumento do desemprego, demonstra que, os apoios anunciados pelo Governo Regional para garantir a manutenção dos postos de trabalho não estão a ter efeito prático”.

Para os comunistas, e mau grado os milhões de euros que estão a ser disponibilizados para as empresas com o objectivo de manter o emprego, os dados publicados em Outubro deste ano pelo Instituto de Emprego da Madeira, relativamente ao mês de Setembro, dizem que a RAM registou um aumento de 30% no número de desempregados, relativamente ao período homólogo.

“Na prática, são mais 4478 pessoas em situação de desemprego. Na Região existem 19338, trabalhadores  inscritos  no Instituto de Emprego. Se a estes somarmos os cerca de 1500 trabalhadores desempregados que estão em formação que são  retirados das estatísticas e os cerca de 800  trabalhadores desempregados que estão neste momento  em programas de ocupação de desempregados, estamos muito próximo das previsões mais catastróficas do Governo Regional relativamente ao desemprego, que aponta para que na pior das hipóteses, no final do ano a Madeira possa vir a ter 25 500 desempregados”, vaticina Lume.

Estes dados, refere, são ainda mais preocupantes quando sabemos que apenas 5000 destes trabalhadores desempregados é que auferem subsídio de desemprego e que existem milhares de trabalhadores a recibos verdes que apesar de não estarem a trabalhar e sem remuneração por não terem ainda cessado actividade, não integram as estatísticas do desemprego.

Os trabalhadores com vínculos precários continuam a ser os que estão mais vulneráveis às situações de desemprego e só no passado mês de Setembro representaram 40% do total de desempregados inscritos no Instituto de Emprego, acrescentou o deputado comunista.

“Nesta reunião que realizamos com a União dos Sindicatos da Madeira, ficaram evidentes as preocupações do movimento sindical sobre o agravamento da situação económica e social, e que só é possível alterar o rumo de agravamento, com medidas que garantam a valorização do trabalho e dos trabalhadores e políticas que passem da propaganda para a prática no que diz respeitos à manutenção dos postos de trabalho”, concluiu.