A incerteza como “novo normal”

Cinco meses depois de ter surgido na China, em Wuhan, o covid-19 tem vindo a espalhar-se a uma velocidade alucinante por todo mundo, ainda que a esmagadora maioria dos casos (quase 90%) se concentre nos países europeus e americanos – no momento em que escrevo o presente texto (tarde de sexta-feira, 8 de Maio) há mais de 3,8milhões de casos confirmados no mundo e contam-se no total 269 mil mortes associadas à covid-19, sendo que 70% dessas mortes estão concentradas em cinco países: Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Espanha e França.

E não havendo nem vacina, nem tratamento comprovadamente eficaz, resta a certeza que até lá a pandemia vai continuar a infectar e a provocar mortes. Mais a mais porque há quem na comunidade científica aponte para a forte probabilidade de uma segunda vaga, ou até mais, a ocorrer no próximo inverno.

Tudo o resto é do domínio da incerteza, uma vez que os próprios especialistas (epidemiologistas, modelistas, matemáticos, imunologistas) defendem opiniões diversas, contraditórias entre si, como observava, e bem, Clara Ferreira Alves, na sua crónica da edição do “Expresso” de 25 de Abril passado, sugestivamente intitulada “De tudo como na Farmácia”, em que sublinhava que “todos os dias somos bombardeados com velhas, contemporâneas, novas e novíssimas teorias sobre o corona”, ao ponto de acabar por corrigir o próprio título do texto, contrapondo ironicamente “ou melhor, há de tudo como não há na farmácia”.

Ironia à parte, a verdade é que a confusão está instalada. Ninguém tem a certeza de nada. Nem sequer, como se tem lido ou ouvido, se quem foi já infectado ganhou ou não imunidade.

Não admira por isso que a generalidade dos governos depois de terem decretado confinamentos, mais ou menos restritivos, ajam agora com cautela nos novos passos a dar. Assumindo que poderão ter de voltar atrás nas medidas de desconfinamento entretanto adoptadas, se as coisas derem para o torto, isto é, se o número de novos casos voltar a disparar. Pudera! Se nem quando se quis começar a desconfinar houve consenso.

De resto, não havendo certezas nem garantias de espécie alguma, é como caminhar em terreno minado, é como andar às apalpadelas, logo, o bom senso recomenda que é preciso estar preparado para tudo.

O bom senso deveria igualmente levar-nos a não ter ilusões sobre o futuro. Sobre o pós covid.  Ouvir repetir, um pouco por toda a parte, que “vai ficar tudo bem” é não ter a menor noção da realidade, não apenas a do momento presente, mas a da que se avizinha. Dos efeitos devastadores a diversos níveis desta pandemia. Individuais e colectivos. Das marcas que são já visíveis e das muitas outras que facilmente se anteveêm. Ou seja, “vai ficar tudo bem” é do domínio da idiotice pegada, é tentar vender uma “estória” de um conto de fadas que sabemos ser totalmente inverosímil, sem um mínimo de adesão à realidade.

Aliás, não “vai ficar tudo bem” porque já não estava tudo bem! Para tal, basta dizer que, de acordo com os últimos dados disponíveis, datados de 2018, 17% da população portuguesa encontrava-se em risco de pobreza. Uma percentagem que nesta região era da ordem dos 28%, equivalente a 81 mil pessoas. Um país e naturalmente uma região onde as desigualdades sociais entre alunos são mais marcadas (PISA, 2018). No ensino básico, 200 mil alunos não têm Internet ou computador em casa; 7% daqueles com 15 anos não têm secretária e computador com acesso à Internet; 34% das casas têm apenas um computador, colidindo o teletrabalho dos pais com o ensino à distância dos filhos (PISA, 2018).

Como não pode estar ou ficar tudo bem quando, entretanto, se sabe que o mês de Março fechou com quase um 1/5 da população activa portuguesa no desemprego ou em lay-off; que o desemprego registado no continente já vai (ou melhor, ia) em 373.228 desempregados (mais 52.064 do que a 31 de Março). Que, só no dia 4 de Maio – num dia! – Inscreveram-se nos centros de emprego mais 3.065 novos desempregados. Ou que, na região, mais de 3 mil empresas, correspondentes a 43 mil trabalhadores, se encontram em lay-off. Ou seja, que perderam (estão a perder) rendimentos. Ou ainda que, segundo um estudo muito recente da Escola de Saúde Pública, 1/4 dos agregados familiares que ganhavam até 650 euros perderam todo o rendimento, enquanto que nas categorias de rendimentos superiores a 2500 euros, apenas 6 % de pessoas o perderam. Um indicador que evidencia claramente que a Covid não atinge todos por igual. Até porque os concelhos com mais desemprego e desigualdade são os que têm mais infectados.

Desemprego e perda de rendimentos que fizeram disparar os pedidos de ajuda alimentar em todo o país, continente e regiões autónomas. Pedidos que vão continuar a aumentar e que atingem novas camadas da população, da designada classe média, como dão conta as organizações que intervêm nesta área. Com relatos de pais que abdicam de refeições para que a comida não falte aos filhos, como reportava bem recentemente um dos matutinos locais.

A este propósito, o director da Agência das Nações Unidas para a Alimentação alertou que “o Mundo está à beira de uma pandemia de fome de proporções bíblicas” e a Amnistia Internacional estima que a Covid pode duplicar a fome no Mundo, uma vez que a perda de rendimentos e a recessão global podem pôr 135 milhões em situação de crise alimentar, que juntar-se-ão aos 820 milhões que actualmente vivem subnutridos. Por seu turno, o Comité Internacional de Salvamento aponta para uma autêntica pandemia de mortes em 34 países em crise, como o Afeganistão, a Síria, o Iémen, por causa do mesmo vírus. E na Amazónia, há o perigo da Covid provocar um verdadeiro genocídio.

Uma amarga realidade a que nenhum país escapa. A título de exemplo, refira-se que nos Estados Unidos da América, em Abril passado, desapareceram no sector privado mais de 20 milhões de empregos, registando-se já uma taxa de desemprego de 14%; enquanto que a economia britânica está a caminho da pior queda dos últimos 300 anos! E voltando ao país que somos, muito embora Bruxelas coloque Portugal entre os países europeus que melhor resistem face ao dilúvio orçamental trazido pela pandemia, a avaliar por essa e outras perspectivas avançadas por outras instituições não escaparemos à pior recessão desde 25 de Abril de 1974 e a uma dívida pública que passará dos actuais 119 % do PIB para 135 %!

E neste contexto, ao Estado, à entidade catalogada de “despesista e gastadora”, todos recorrem. Até as grandes empresas, reclamando por salvação. As mesmas empresas, algumas delas, que quando arrecadam lucros fabulosos os transferem direitinhos para os cofres holandeses, deixando o maldito Estado português à míngua, como sublinhava o advogado Domingos Lopes, no “Público” de 4 de Maio corrente.

Como também não admira que, ao mesmo tempo que declara que se fosse a contar com a ajuda do Estado os madeirenses ainda andavam de “carro de bois” e “à fome”, o governo regional reclame por apoios, no mínimo pela suspensão da Lei de Finanças Regionais para poder endividar-se e do pagamento de juros, argumentando “não ser aceitável que a região seja obrigada a pagar dívidas do seu próprio desenvolvimento” (sic).

Bem sabemos que a memória dos homens tem tendência a ser curta, de modo especial quando convém. Mas, todos sabemos que há muita dívida contraída que constitui o resultado da megalomania despesista que imperou em particular durante o período em que as apregoadas sociedades de desenvolvimento foram erigidas a uma espécie de vacas sagradas do regime, endividando-se como se não houvesse amanhã. Uma constatação que, aliás, foi expressa internamente aquando da disputa pela sucessão do então auto-proclamado “único importante cá do burgo”.

Por outro lado, que tal prestarem atenção ao que o insuspeitíssimo “Renovadinhos e os embustes que andam por aí” escreveu a 19 de Abril p.p. (cito): “Será que já esqueceram que Portugal deixou de emitir moeda? E que o défice e a dívida pública obedecem aos critérios impostos por Bruxelas? Será que não há problema de dar e dar dinheiro, quando ele não abunda? (…) Só políticos inconscientes e irresponsáveis são capazes de ter a lata de dizer que a luz que se consome em casa não é para pagar, tal como a água ou a renda da casa (na maioria dos casos conseguidas através de créditos bancários), podem ser adiadas sem custos” (fim de citação). Ou, se preferirem, este pequeno excerto de um artigo de opinião, intitulado “Haverá dinheiro suficiente?”, publicado no “DN” cá do burgo, a 23, também de Abril, da autoria de um antigo vice-presidente do governo regional e da ALM: (volto a citar) ”É preciso dinheiro. Muito dinheiro mesmo. Que não há, tanto em Portugal, como na Madeira, onde as receitas são na maioria fiscais e, está fácil de perceber, que quem as paga são quem delas precisa: empresas e famílias”. Para concluir pela necessidade de uma solução europeia, que tarda como sabemos.

E já agora, convinha que não se ignorasse que o País é muito mais do que as suas Regiões Autónomas, sendo que é no território continental que reside a esmagadora maioria da sua população e, que se saiba, a grande maioria das medidas que vêm sendo adoptadas no plano nacional, ao nível da resposta económica e social, têm também aplicação regional, ou seja, não houve qualquer discriminação, na medida em que os Açores ainda não receberam igualmente qualquer ajuda específica.

É, contudo, manifestamente inaceitável que, num momento como o que vivemos, se tenha processado mais uma transferência de 850 milhões para o Fundo de Resolução do Novo Banco, que continua a acumular prejuízos, principalmente depois do primeiro-ministro ter reiterado por diversas vezes que tal não ocorreria antes de ser conhecida a auditoria às respectivas contas.

E não deixa de ser no mínimo contraditório e completamente insensato que a mesmíssima personagem, que assume que “não há dinheiro”, advogue que, aqui e agora, devia ser obrigatório as empresas recorrerem à lay-off, isto é “sacar” o máximo de dinheiro da Segurança Social, como se se tratasse de um saco sem fundo, como se a mesma não tivesse outras despesas sociais a pagar regularmente, para já não falar das pensões de reforma – está bom de ver que, quem deve dispor de um chorudo “pé-de-meia”, não se preocupa com minudências dessa ordem…

Na semana transacta, o historiador Rui Tavares escreveu no jornal “Público”um artigo de opinião em que enaltecia o “mérito dos governos regionais e das sociedades açoriana e madeirense” pelo “facto de terem tirado o melhor partido possível das suas condições geográficas de partida” (serem arquipélagos), titulando mesmo tratarem-se de “a nossa Nova Zelândia no combate à pandemia”. Contudo, o fundador do Livre não deixa de advertir: “há uma parte do debate sobre a pandemia que dirá que o sucesso de regiões e países que estão à beira da sua erradicação é um problema, não uma solução”. E isto porque “segundo a tese de que a imunidade de grupo pela disseminação da infecção, ainda antes de uma vacina, possa ser a saída para a pandemia, os Açores e a Madeira terão infecções a menos”. Acrescentando que “sabemos pouco sobre a imunidade no caso da covid-19. Se existe, se é duradoura, se é eficaz. Isso torna a estratégia da imunidade de grupo (sem vacina) moralmente problemática, para dizer o mínimo. Se for necessário deixar a infecção atingir 80% da população, e se a taxa de fatalidade for de 1%, isso significaria oito milhões de infectados e 80 mil mortes em Portugal – mais do que cabem em qualquer estádio de futebol no país – e isso é ainda antes de entrarmos no tema das sequelas da doença, que também ainda sabemos pouco”.

Sabe-se, porém, de acordo com um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, que por cada caso sintomático, haverá 4, 5 ou talvez mais casos de infecção que passam sem sintomas. Daí que o seu presidente, o epidemiologista Henrique Barros, também presidente do Conselho Nacional de Saúde Pública, defenda a necessidade de realização de mais testes, argumentando que “se fizermos mais testes, vamos encontrar mais gente positiva e isso vai contribuir para «segurar» melhor as cadeias de transmissão”. Para conclusão idêntica aponta um estudo serológico realizado pela Fundação Champalimaud e pelo Algarve Medical Center em Loulé – abrangendo 1235 pessoas que não estiveram confinadas nos últimos meses -, que identificou “uma taxa de infecção 14 vezes superior ao detectado por testes de diagnóstico usados isoladamente”, ou seja que “tiveram contacto com o vírus, tendo uma infecção assintomática ou com poucos sintomas”. Razão para que os responsáveis por este estudo defendam a combinação destes testes serológicos com testes de diagnóstico, procedimento que se afigura fundamental depois de sabermos que uma infecciologista do Hospital de São João, no Porto, revelou ao “Expresso” que 40 % dos doentes que testaram duas vezes negativo, voltaram a testar positivo.

No meio das dúvidas e incertezas reinantes, o que é inquestionável é a necessidade de testar, testar, testar, como recomenda a Organização Mundial de Saúde. E, nesse particular, os números da Região são manifestamente reduzidos. Até porque face ao acima referido, não restam dúvidas que o número de infectados um pouco por toda a parte está subavaliado, naturalmente também entre nós. E o discurso do responsável pela pasta da saúde é por demais contraditório. Num momento, ao mesmo tempo que rejeita comparações com a outra região autónoma, afiança estarem a realizar o número de testes adequado, para no momento seguinte se desdizer, propondo-se efectuar exactamente o número de testes diários que os Açores vêm cumprindo.

Aliás, está para chegar o dia (quiçá o de são nunca à tarde) em que um qualquer responsável governamental da santa terrinha assuma que se enganou, se equivocou, que algo correu mal, na linha do 1º ministro, de triste memória, que confessava “nunca me engano e raramente tenho dúvidas”. Parafraseando o meu amigo Vicente Jorge Silva, a propósito dos “sabichões” em tempos de pandemia, estamos perante um conjunto de seres dotados de omnisciência, que sabem tudo e de tudo. Confesso que me espanto por ainda não ter havido por parte de uma prestigiada universidade europeia ou norte-americana um estudo sobre a genética desta gente e, quem sabe, a respectiva clonagem para evitar que tão rico saber fique confinado à Ilha!

Voltando à parte séria da temática, repito: não tenhamos ilusões. Tudo o que é, melhor dizendo, era normal vai desaparecendo. Seja na anunciada reaburtura de lojas, de ginásios, de cafés e de restaurantes, dos jogos de futebol, das idas à praia, das celebrações religiosas, etc., etc. Como regra a redução, limitação dos espaços, a imposição de distâncias, a não permissão de ajuntamentos de mais de 10 pessoas. E filas para ter acesso a tudo. Um “novo normal” que pode colocar em causa a própria sobrevivência de muitos estabelecimentos, não só pelo encargo decorrente das regras impostas, mas também das condições estabelecidas para o seu funcionamento.

Um “novo normal” em que claramente não seremos todos iguais. Porque as diferenças de classe vão impor a diferença, melhor dizendo a distância. Isto é, a acessibilidade não será igual para todos, ricos ou pobres.

Miguel Sousa Tavares, na edição do semanário “Expresso” do passado dia 1 de Maio, imaginava que, sob a égide das Nações Unidas e de outras organizações internacionais como a OMS, a FAO e a Unesco, “era lançado um plano de recuperação económica à escala global” baseado, entre outros pontos, no “desenvolvimento económico assente no combate às alterações climáticas” e no “investimento na diminuição significativa das desigualdades económicas regionais e sociais“, elencando um conjunto de medidas concretas de que resultariam, refere, “triliões” que permitiriam “deixar a Humanidade mais saudável, mais próspera, mais segura, mais justa, mais informada e menos indiferente à sorte alheia”. Reconhecendo que o texto, não por acaso, intitulado “Sonhar é grátis”, ”é uma utopia”, MST assume, porém, que “nunca mais teremos uma oportunidade como esta para fazer diferente” e, estabelecendo uma comparação entre o número de mortes de Covid na China (4600) e o resultado de um estudo da Universidade Stanford, segundo o qual, nos dois meses em que a economia chinesa esteve quase parada, “a ausência de poluição atmosférica nos céus da China poupou quatro vezes mais vidas de chineses do que aquelas que o vírus levou”, conclui: “Seríamos imensamente estúpidos se achássemos que tudo pode voltar a ser igual sem consequências”.

É também por isso que não resisto a uma outra transcrição. Desta feita de um texto do jornalista João Ramos de Almeida, publicado no blogue “Ladrões de Bicicletas”, na última quarta-feira: “Ainda não se vislumbra o início da retoma económica pós-Covid-19, nem se sabe em que termos a actividade turística será sustentável; ainda nem se sabe o que poderá acontecer aos 600 mil trabalhadores das empresas ligadas à actividade turística em lay-off … e o Governo – pela pena do ministério coordenado pelo omnipresente Pedro Silva Vieira, já recomeçou a loucura de aceitar mais hotéis. (…) E nós a pensar que a crise do Covid tinha posto tanta coisa em causa. Que iria obrigar a repensar uma estratégia nacional produtiva assente num sector que, de um dia para o outro, pode desaparecer…” Uma leitura que se aplica na íntegra à realidade regional. Em que, pelo que se tem visto, ninguém dedica um pouco do seu tempo para pensar no futuro. Como se tudo pudesse “voltar a ser igual sem consequências”. Ainda mais quando é a própria Organização Mundial de Turismo que receia uma diminuição de 60 a 80% no turismo internacional.

 

*por opção, o presente texto foi escrito de acordo com a antiga ortografia.

Post-scriptum:

1) Novo Xavelha: Após o levantamento da cerca sanitária, o responsável môr pelo PAEF de triste memória assumiu-se como xavelha. E aproveitou pela enésima vez para atirar-se à “Madeira Velha”. Corajoso como sempre, ele que também fazia parte do grupo de privilegiados desses tempos… Dias depois, novo arrazoado desta feita para repetir a cassete da “massa monetária em circulação” e para se colocar ao lado do lobby da construção civil. Pudera, para os amigos tudo.

2) Golpe regimental: À boleia da pandemia, o partido da “máfia no bom sentido” com a preciosa ajuda de um outro que caminha para a extinção, dá mais um golpe no funcionamento democrático do parlamento. O que nem o inquilino da Rua do Quebra Costas teve coragem para consumar. Pelos vistos, já nem o Estatuto Político-Administrativo escapa. Um autêntico vale tudo!

3) Outros vírus: O comentador desportivo que acumula com o lugar de deputado pretendia impor o confinamento específico da comunidade cigana e tendo levado de trivela fez-se de vítima, pretendendo calar o interlocutor. Entretanto, no Facebook, o coordenador da equipa de assistentes operacionais da Câmara Municipal da Trofa (PSD) colocou um post a criticar as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, concluindo-o nestes termos: “Se houver quem ponha aquele espaço a funcionar como uma câmara de gás, eu pago o gás”. E a “piadola” mereceu um “gosto” do próprio presidente da Câmara e do seu adjunto. Às tantas, mais uns a prepararem-se para saltar para o “Chega”. Citando Daniel Oliveira, “abjecto”!

4) Infodemia: Há dias, o jornal “Público” referia que, por dia, há mais de 2700 notícias falsas sobre o covid-19. E, pior ainda, há notícias falsas que continuam a ser partilhadas, mesmo depois de serem apagadas, em plataformas criadas para preservar conteúdo online para memória futura. Uma “explosão de conteúdo zombie”. Inquietante.

5) Critérios: Quem estiver atento aos noticiários da RTP-M já deve ter perdido a conta à quantidade de vezes que representantes da ACIF são chamados a pronunciar-se sobre as consequências da pandemia, enquanto os dos trabalhadores são simplesmente ignorados. Parece que só os primeiros têm problemas e necessidades. Quem sabe, se a retoma dispensa os últimos…