PSD questiona idoneidade de auditoria da CMF à FrenteMarFunchal

O vereador do PSD na CMF, Jorge Vale, reagiu hoje ao facto do Executivo Municipal “ter anunciado que já tinha contratado, de forma unilateral e encoberta, uma suposta auditoria à empresa Frente MarFunchal” questionando “como é que quem faliu a empresa (…) quer impor, agora, ser o único responsável pela sua auditoria”. Para os social-democratas, esta é uma “desonestida” e um conflito de interesses. Principalmente quando, há mais de um ano, a CMF recusou avançar com uma auditoria, “essa sim externa, isenta e transparente”, aprovada em sede de Assembleia Municipal.
Por tudo isto, o PSD apresentou, na reunião de hoje, uma proposta de deliberação que exige “a transparência, o rigor e a consistência que faltou a este processo, desde o seu início e que levou a um desfecho tantas vezes anunciado e sempre menosprezado por quem tinha a responsabilidade e o dever de actuar, em vez de tentar silenciar e tentar esconder”. A deliberação determina a cedência, à vereação, à Assembleia Municipal e, em especial, à Comissão para Acompanhamento da Auditoria Externa à Frente MarFunchal, E.M., constituída em Maio de 2019, de informação objectiva quanto à auditoria legalmente contratada, assim como os meios financeiros necessários para a prossecução da auditoria externa, que se deseja isenta e independente, aprovada.
 Em nosso entender, o facto do Executivo assumir, ele próprio, a realização desta auditoria coloca em risco a credibilidade, a idoneidade e a isenção de quaisquer informações ou conclusões que a mesma possa produzir e é contra isso que nos manifestamos”,acrescentou Jorge Vale.
“Desde 2016 que é público que a Empresa Frente MarFunchal sofria diversos problemas financeiros. Eram prejuízos de centenas de milhares de euros todos os anos, dívidas aos fornecedores, à segurança social e ao fisco, penhoras bancárias, centenas de milhares de euros pagos em processos laborais, além do pagamento de salários com atraso e todo um conjunto de situações que vinham a público e que diariamente confirmavam, conforme os diversos alertas feitos e expressos pelos vereadores e deputados municipais PSD, que esta empresa estava numa grave situação”, recorda Jorge Vale, acrescentando que, todo este processo se desenrolou com “a complacência do Executivo socialista, para quem estava sempre tudo bem” e mesmo com as ajudas que foram aprovadas, em reunião de Câmara – entre as quais, apenas a título de exemplo, relembra-se a aquisição de 80 mil bilhetes por 300 mil euros ou o facto de 95% das receitas dos parquímetros, anteriormente divididas entre a Câmara e a Empresa, passarem a ser afectas exclusivamente à Frente Mar.