Ele há cada uma!

O ano de 2019 que termina, já este mês, foi, realmente, um ano cheio de alguns imprevistos, previsões realizadas e não realizadas e outras tantas surpresas.

Havia até um tal que pensava mesmo, afincadamente, que era desta que subia triunfante ao poleiro, mas afinal, essa ambição não foi além da sua cabeça. Pois a vida, por vezes, é matreira e prega-nos cada partida, que é de bradar aos céus.

Dentro de um mês, vamos entrar no novo ano, sem grandes certezas, sob o comando dos novos governos, por cá e por lá; continuará o impasse do Brexit; o provável abrandamento da economia; as alterações climáticas a provocarem tragédias. Pois os desafios ligados ao meio ambiente, devido à má ação dos homens, continuarão a ser uma dor de cabeça para o mundo. Cada um deve ter a consciência de que o planeta está a ser maltratado de tal forma que não sabemos ao certo, o dia de amanhã.

No âmbito da política educativa nacional, diz-se que preveem avançar com o transitar de ano letivo para todos os alunos, até ao nono ano, saibam ou não saibam. Se assim for, vamos ter alguns alunos a se marimbarem, ainda mais, para o processo de aprendizagem, a perturbarem o bom ambiente dos que querem aprender e, de certa forma a colocarem “em suspenso” uma melhor sociedade futura. E claro, coitados dos professores, que terão que arranjar estratégias atrás de estratégias para minimizar os problemas dentro da sala de aula.

Mas ainda bem que a atualidade e o debate de opiniões e ideias, resiste ao tempo e aos homens, reinventando-se todos os dias. Por isso, seja participativo de forma ativa, de modo a enriquecer o debate de ideias que resultará certamente em horizontes abertos e largos. Há que pensar pelas nossas cabeças, ver as coisas por outros ângulos, defender melhor aquilo em que acreditamos.

Mas em boa verdade, alguns – políticos e outros ­ – por vezes, passam a ideia que estão mesmo interessados em cidadãos com massa crítica, ativos, mas se, por ventura, aparece algum cidadão a dar opiniões contínuas – seja de forma oral ou através da escrita, ou mesmo por intermédio das artes, isso já perturba-os, noite e dia. Ele há cada uma!

Outros cidadãos apregoam, aos sete ventos, que a cultura é uma área importantíssima, mas, os mesmos, raramente aparecem nos eventos verdadeiramente culturais. Se a cultura é uma prioridade, apostemos então, claramente nas atividades culturais e não somente nos eventos onde há muita cerveja, poncha, bolo do caco e bilhardice patética e idiota.

Atualmente, vivemos numa sociedade onde tudo o que não é quantificável tem pouco valor, mesmo que se fale da felicidade, da criatividade. É uma confusão confusa (passe o pleonasmo).

Depois ainda há os que se mostram interessados em melhores condições para o “Outro”, mas se esse “Outro” tem uma oportunidade diferente, a coisa aí já muda, pois já há desconfiança, pintam logo uma atmosfera negra, tentando causar desconforto. Mas, não há nada melhor do que dar tempo ao tempo.

Tudo isto parece um rol de lamentos, mas são! Pois passei a olhar mais para à frente do que rodear-me de lamentos que só nos dão trabalho e aflição.