Ferry’s versus supermercados

Paulo Farinha

O cliente principal da Naviera Armas, que operou com navios ferry entre a Madeira e o Continente entre 2008 e janeiro do 2012, era o Pingo Doce, que primava, pela carga rodada rápida, em especial, perecível, com evidentes ganhos em produtos frescos e no transporte mais económico.

O gigante Mercadona, nas Canárias, é o cliente principal da Balearia, através do novo ferry “Marie Curie”, lançado em 2019, movido a GNL, a realizar a rota, Canárias-Huelva, a 24 nós de velocidade.

Entre as Canárias e Huelva existem 2 operadores de ferry que transportam passageiros e carga rodada, a alemã FRS que opera em regime de fretamento, o cruise ferry “Volcan del Teide”, (apadrinhado por Dona Angela Jardim em 2011, em Vigo) da Naviera Armas, e a Balearia, traduzindo-se em concorrência salutar, convergindo para o desenvolvimento socioeconómico das ilhas afortunadas das Canárias.

A Balearia, com este novo ferry, passa a dispor de 4 ferrys movidos a GNL, gás natural liquefeito, sendo uma companhia de navegação, pioneira mundial na utilização de GNL.

O plano de frota da Balearia, inclui o total de 9 navios ferry movidos a GNL em 2021.

Na Madeira, tem havido contactos com a Mercadona e LIDL, inclusive efectuados por mim, para se instalarem na RAM, só que, devido à inexistência de serviço ferry, rápido, regular, semanal, anual, estas cadeias de supermercados, não se interessam em se instalar na Madeira, por motivos de inexistência de logística adequada, e rápida, no transporte marítimo actual.

A Mercadona encontra-se nas Canárias desde 1990. O LIDL começou a se instalar nas Canárias em 2003.

A cadeia LIDL, pretendia se instalar na Madeira com 7 supermercados em 2001, mas, o Governo Regional, a 3 de Outubro de 2002, através de resolução do Conselho de Governo, inviabilizou a pretensão ao suspender a concessão de novas autorizações para a instalação de hipermercados na Madeira.