Eurodeputada quer cofinanciamento de 85% para a renovação da frota pesqueira nas ilhas

Claudia Monteiro
A eurodeputada diz que “são auxílios fundamentais numa área que carece de apoios, e que queremos manter dinâmica”.

Cláudia Monteiro de Aguiar propôs aumentar a taxa de cofinanciamento para a renovação e modernização das frotas de pesca costeira e artesanal das ultraperiféricas, dos 50% propostos inicialmente pelo relator para um máximo de 85%, na proposta setorial do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas para o próximo Quadro Financeiro Plurianual 2021-27.

Segundo a eurodeputada madeirense, “permitir que o fundo das pescas possa servir também para financiar a renovação de determinadas frotas de pesca não causa distorções de mercado, mas vem fazer justiça. É determinante para assegurar o futuro da atividade nas ultraperiféricas, sobretudo porque as nossas frotas são essencialmente constituídas por embarcações de pequena dimensão que utilizam técnicas de pesca seletiva, não predadoras dos recursos, e que contribuem para uma pesca sustentável.”

Uma nota à comunicação social revela que “por várias vezes a Eurodeputada expressou a necessidade de garantir este financiamento na Comissão de Pescas e junto do Comissário Europeu, Karmenu Vella, e do Diretor Geral para os Assuntos Marítimos e das Pescas, João Aguiar Machado. Para a Eurodeputada, “são auxílios fundamentais numa área que carece de apoios, e que queremos manter dinâmica. Para garantirmos que a pesca tem futuro, assim como outras áreas relacionados com a Economia Azul, é necessário que sejam atrativas para os jovens. E isso não se faz com as condições que existem atualmente.”

Recorde-se que o Parlamento Europeu aprovou em abril de 2017 um relatório sobre a gestão das frotas de pesca nas regiões ultraperiféricas, do qual Cláudia Monteiro de Aguiar foi corelatora, que expressa o tratamento injusto que estas regiões têm sido alvo pela Política Comum de Pescas, uma vez que não é permitido financiamento nem ajudas de estado para a renovação das suas frotas de pesca e, no documento “Nova Estratégia para as Regiões Ultraperiféricas da UE”, apresentado em outubro de 2017, a Comissão Europeia veio introduzir apenas a possibilidade de permitir auxílios estatais, e não financiamento europeu.

A deputada do PSD Madeira apresentou esta alteração em linha com as restantes alterações setoriais já apresentadas para o FEDER, para o Fundo de Coesão, para o Mecanismo Interligar Europa, e ainda para o programa de Cooperação Territorial Europeia, mais conhecido por Interreg, de garantir uma taxa de cofinanciamento máxima de 85%.