Fórum Madeira Global divulga conclusões: recomendações para reconhecimento de equivalências na Medicina estão entre as medidas recomendadas

Foto Rui Marote

O Governo Regional divulgou hoje os resultados do Fórum “Madeira Global” destacando a “assinalável participação” de todos os interessados no fenómeno das migrações, a começar pelos próprios emigrantes madeirenses e lusodescendentes.

Foi assinalada, rezam as conclusões, a importância de envolver a diáspora madeirense nas comemorações dos 600 anos do Descobrimento do Porto Santo e da Madeira. O Fórum, que é o maior encontro anual dos madeirenses que vivem longe da sua terra, deverá continuar a ser valorizado; neste sentido, surgiu a proposta de que se assinale o final das supracitadas comemorações, em 2020, com o “Grande Encontro da Diáspora – 600 anos”. Foi considerado, por outro lado, “de toda a pertinência” levar estas celebrações aos madeirenses que residem foram do arquipélago, através de uma mostra itinerante de “madeirensidade”, pelas principais cidades-destino da emigração madeirense.

O Fórum, por outro lado, sublinhou a urgência de ser considerada a qualidade de “cidadão madeirense”, permitindo a extensão do direito de voto nas eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira aos cidadãos madeirenses residentes fora da RAM, através da proposta de alteração à lei eleitoral e ao Estatuto Político Administrativo.

Nas conclusões do “Madeira Global” está ainda a congratulação pela eleição do madeirense Diogo Rodrigues, para “mayor” de Bridgewater, e de Carlos Castro como “mayor” de Crawley, municípios do Reino Unido.

No sentido do anteriormente exposto, o Fórum exorta os madeirenses e lusodescendentes espalhados pelo mundo a uma maior participação cívica e política nos países de acolhimento.

Por outro lado, foi novamente sugerida a criação de uma Secretaria Regional da Diáspora Madeirense. Foi ainda manifestada solidariedade incondicional aos emigrantes madeirenses na Venezuela, país que atravessa uma complexa crise institucional, social e política. O Fórum, saudando a cooperação entre o Governo da República e o da Região, disse manter a esperança nesse compromisso, para apoiar aqueles que continuam a viver naquele país, bem como a todos os que entendam por bem regressar.

Foi também saudada uma associação de médicos luso-venezuelanos que vai pôr em marcha uma rede médica portuguesa em cinco pontos geográficos distintos, para atender às necessidades dos emigrantes portugueses na Venezuela. São medidas que contribuirão para minorar “muitas situações de sofrimento”, que afectam os nossos conterrâneos.

Reconhecendo a importância e a oportunidade dos apoios pecuniários facultados pelo Governo Regional, o Fórum solidarizou-se com o apoio dado ao Lar Padre Joaquim Ferreira, e ao Centro Geriátrico de Maracay, aquando da recente visita do secretário regional da Educação, Jorge Carvalho. Os participantes no Fórum enalteceram ainda o associativismo madeirense que se verifica um pouco por todo o mundo, através de dezenas de instituições de carácter social, cultural e etnográfico.

Foi ainda salientada a importância do ensino da língua portuguesa, para reforçar os laços identitários e afectivos entre todos os madeirenses, os que partiram e os que ficaram.

O Fórum considerou também que devem ser redobrados os esforços da administração nacional, regional e local, materializada já no apoio disponibilizado pelo Centro das Comunidades Madeirenses, a chamada “via verde”, no sentido de encontrar soluções para situações de excepcionalidade, a nível da saúde, da segurança social e da emigração, visando a reintegração de emigrantes que regressam à Madeira, valorizando-se as competências académicas e profissionais dos jovens e adultos que pretendem a continuação de estudos e o ingresso no mercado de trabalho.

Nesse sentido, e como referido pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, no caso da medicina, em que se verifica maior dificuldade no reconhecimento da formação académica, já foi enviado um documento do Governo da República, às Faculdades de Medicina e à Ordem dos Médicos, para acelerar os processos de validação dos diplomas, dado que o país tem necessidade desses profissionais.

Finalmente, o Fórum saudou a ordenação episcopal de D. José Tolentino Mendonça, nomeado responsável pelo Arquivo Secreto do Vaticano, e que foi conferencista na edição de 2017 do Fórum Madeira Global, com uma dissertação “brilhante” sobre a Madeira, a cultura e a religiosidade.