“A Cultura faz-nos viajar à raiz arquitetural da pessoa, àquilo que constitui o núcleo fundante da sua aventura existencial, mas também nos permite interrogar e iluminar o seu horizonte de sentido”, escreveu o padre José Tolentino Mendonça depois de ter tomado conhecimento da nomeação do Papa Francisco para dirigir o Arquivo Secreto do Vaticano e a Biblioteca Apostólica, elevando-o ainda à dignidade de arcebispo, cargos nos quais será empossado a 1 de setembro.
Esta nota introdutória foi escrita pelo líder do CDS/PP Madeira, Lopes da Fonseca, para dar a conhecer a apresentação, na Assembleia Legislativa Regional, de um voto de congratulação pelas nomeações do Papa ao padre madeirense.
Lopes da Fonseca refere que “toda a Igreja portuguesa e muito em particular a Diocese da Região orgulha-se das novas missões confiadas pelo Papa Francisco ao padre natural da Madeira, José Tolentino Mendonça, figura que se tem vindo a afirmar de forma paulatina no meio eclesiástico, quer em Portugal quer no Vaticano. Já este ano havia sido convidado para orientar o retiro anual de Quaresma do Papa Francisco e da Cúria Romana”.
Diz o CDS/PP M que “no depoimento escrito para a Agência Ecclésia, José Tolentino Mendonça sublinha que a sua missão como “Arquivista e Bibliotecário da Santa Igreja Romana” se insere numa tradição papal de “conservar num arquivo próprio a memória dos mártires e a gesta dos pastores, bem como os livros que asseguravam a atividade litúrgica e as necessidades administrativas da comunidade eclesial”.
O novo arcebispo e colaborador do Papa afirma que a Cultura é uma das “fronteiras proféticas” para o catolicismo de todos os tempos e, “de um modo talvez ainda mais incisivo, para o catolicismo contemporâneo”.
“A cultura documenta o que somos, é verdade. Mas espelha e potencia as grandes buscas interiores, o contacto com as grandes perguntas, a vizinhança das razões maiores que funcionam como patamares do caminho a que a nossa humanidade vai chegando, a proximidade daquele vastíssimo e inconsútil silêncio que, porventura ainda melhor do que a palavra, exprime em nós o mistério do Ser”, acrescenta.
“O arquivo e a biblioteca são assim lugares referenciais da memória específica do cristianismo, mas também da cultura universal; são espaços de ciência e de construção de pensamento, procurados por investigadores de todo o mundo que ali encontram o rastro da história e a capacidade que esta tem de iluminar o presente; são grandes repositórios daquela beleza capaz de ferir de infinito o coração humano”.