PS-Madeira reage a declarações de Miguel Albuquerque sobre a austeridade

O PS-Madeira reagiu ao presidente do Governo Regional, que afirmou, hoje, que, ao nível nacional, «a viragem da austeridade é retórica, ficção e uma piada sem graça» e exaltou os números regionais, constatando que a Madeira é a única Região do País «onde se pode dizer que virámos a página da austeridade».

Os socialistas afirmam que, em primeiro lugar, “o Governo Regional tem apanhado boleia das medidas nacionais de reposição de rendimentos para os pensionistas, funcionários públicos e do sector privado, como a reposição dos subsídios de Natal e de férias, nas datas previstas, o descongelamento gradual das carreiras e, também, por via fiscal, com a eliminação da sobretaxa de IRS, IVA da restauração, etc.”

Afirmam que Portugal cresceu 2,7% em 2017 face ao PIB, enquanto a Madeira ficou-se pelos 2%, segundo as declarações proferidas hoje pelo vice-presidente do Governo, na tomada de posse da Ordem dos Economistas. Acrescentam os socialistas que a Madeira foi a zona que, segundo o INE, em 2017, teve a taxa de desemprego mais elevada do país, com 10,4%.

“A nível fiscal, perdemos o diferencial por força do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro e, apesar de termos saído do programa em 2016, ainda estamos longe de voltar a ter 30% de impostos mais baixos do que no território continental, mantendo o Governo PSD a lógica de que estamos bem, mas ao mesmo tempo pedindo aos madeirenses um alto esforço contributivo em sede fiscal”, constata o PS.

Para o PS -M, “piada sem graça é o facto de o Governo Regional continuar a responsabilizar o Governo da República pela sua [do Executivo madeirense] incapacidade em cumprir com as promessas feitas aos madeirenses e porto-santenses”.

O PS-Madeira aponta também o dedo à “retórica demagógica do Governo Regional em diversas matérias”, considerando o caso mais flagrante “o subsídio de mobilidade, em que, ao que parece, o presidente e o vice-presidente do Governo não se entendem”.

“Primeiro, Pedro Calado, em entrevista, deu conta do projecto de mobilidade do Governo PSD-Madeira e da sua visão nesta matéria. As propostas apresentadas pelo vice-presidente caíram tão mal, que foi necessário Miguel Albuquerque vir “dar o dito por não dito”, passando, uma vez mais, as responsabilidades para o Governo da República”, acusam.

Por outro lado, consideram também grave “o facto de o vice-presidente do Governo querer “empurrar” os jovens para a emigração, ao dizer que não podem esperar ter um horário de trabalho das 9h às 17h, fomentando a precariedade laboral. Qual não é o espanto quando o próprio chefe do Executivo vem, depois, vangloriar-se, ao afirmar que “sem os nossos profissionais, o sistema de saúde britânico entrava em colapso”. É caso para dizer que em colapso está o nosso sistema de saúde, com a recorrente falta de medicamentos e materiais hospitalares, a carência de profissionais, a crescente lista de espera para cirurgias e a falta de solução para as altas problemáticas”, fulminam.

O comunicado de imprensa conclui apontando “o constante adiamento da ligação ferry entre a Madeira e o Continente”, e considerando “o cúmulo da desorientação do Governo Regional e do PSD-Madeira o facto de equacionarem a possibilidade de eleições antecipadas. O medo do PS e de Paulo Cafôfo é, nada mais, nada menos do que a incapacidade em cumprir as promessas eleitorais e o reconhecimento perante os Madeirenses do seu monumental falhanço na acção governativa”.