Economia foi tema de debate que motivou troca de galhardetes entre Governo e oposição

Fotos: Rui Marote

A economia foi o tema do debate mensal da Assembleia Legislativa Regional, que hoje de manhã decorreu no hemiciclo. Oportunidade, como era mais que esperado, para os diversos partidos se degladiarem, nas posições diversas que têm sobre a realidade madeirense. Civilizado, o debate teve no entanto os seus momentos, como quando Carlos Rodrigues (PSD) acusou Rui Barreto de fazer política a “mentir”, desvirtuando a leitura dos indicadores económicos, ou quando Miguel Albuquerque questionou os centristas sobre se desejam ser “muleta da esquerda”, enjeitando a visão do CDS, que considerou enviesada, sobre a situação da economia da Madeira.

Rui Barreto tinha questionado a retoma económica que tem sido tão propalada pelo chefe do Executivo madeirense, que não se cansa de falar em indicadores positivos. Para o líder da bancada centrista, a dita retoma não se reflecte nos rendimentos das famílias. Albuquerque, todavia, diria que essa perspectiva era totalmente errada e garantiu que o crescimento do rendimento das famílias cifrou-se em três por cento, enquanto o aumento do Produto Interno Bruto per capita é de 13 por cento.

A operação ferry voltou também à ordem do dia, pela mão do JPP, que insistiu com o Governo, representado por Albuquerque e Pedro Calado, para esclarecer determinados aspectos não mencionados no caderno de encargos, como a diminuição das taxas portuárias. Albuquerque respondeu afirmativamente.

As baixas nas visitas de turistas à Região Autónoma da Madeira, designadamente dos mercados britânico e germânico, também vieram à ordem do dia, com o CDS, que já havia anteriormente defendido um substancial reforço das verbas para a promoção, a considerar que falta estratégia concertada ao GR para enfrentar uma situação menos boa. Também o PS, pela voz de Victor Freitas, abordou estas lacunas, que são preocupantes para o tecido económico regional. Mas o presidente do Governo atribuiu as quebras no turismo às falências das companhias aéreas Monarch e Air Berlin e afirmou que se procederá a um reforço da promoção.

Algo que tinha sido também já adiantado esta manhã pela directora regional do Turismo, Dorita Mendonça, à margem duma conferência na Escola Secundária Francisco Franco. Entretanto, o PTP voltou a insistir nas críticas a elementos de partidos da oposição, com indirectas aos que se “vendem por tachos na CMF”, e que passaram a dar apoio tácito à estratégia de Paulo Cafôfo rumo ao poder regional. O deputado Gil Canha voltou a insistir que o GR está a favorecer grandes grupos empresariais, o que foi negado por Pedro Calado, que retorquiu que as entidades governamentais levam na mesma consideração todas as empresas da RAM.